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PT coleta vídeos e comentários de estímulo à violência contra Lula

Militantes são identificados e denunciados à Polícia Federal

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Deputados da bancada petista na Câmara chamaram a atenção na manhã desta quarta-feira (28) para parlamentares da base de sustentação do governo de Michel Temer que estariam incitando a violência política contra adversários. De acordo com os parlamentares, o partido coleta vídeos, comentários em redes sociais e áudios pelos quais parlamentares e simpatizantes estariam estimulando "grupos fascistas" e "milícias" a agirem contra a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em entrevista coletiva na manhã desta quarta na Câmara, os deputados Paulo Teixeira (PT-SP), Marco Maia (PT-RS) e Celso Pansera (PT-RJ) informaram que levantam provas contra "vários deputados" da base governista, entre eles Jerônimo Goergen (PP-RS), Luiz Carlos Heinze (PP-RS) e o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ). Militantes também estão sendo identificados e denunciados à Polícia Federal.

Contra Bolsonaro, dizem os parlamentares, há um vídeo no Espírito Santo onde ele teria incentivado ações violentas contra adversários. Eles também ressaltam que apoiadores de Bolsonaro, identificados por camisetas e faixas, estariam acompanhando a caravana na região Sul do País. "Há uma incitação à violência de forma cabal", disse Marco Maia.

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Deputados pedem investigação federal

Os deputados cobram que o atentado contra a caravana seja investigado por forças federais e pela Procuradoria Geral da República (PGR), por entenderem que há uma escalada de violência contra setores políticos motivada pela polarização do cenário. "Se não fizerem isso, teremos outras mortes", alertou Maia, se referindo ao assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ). Os petistas afirmaram que há um clima de deterioração da democracia e disseram que o País passa por uma fase de "mexicanização". 

Os petistas destacaram que não vão aceitar a naturalização do atentado e criticaram os primeiros comentários do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do prefeito de São Paulo, João Dória, e do presidente Michel Temer. "Não é o caso de assistir da poltrona e minimizar", comentou Paulo Teixeira. Os deputados também chamaram o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), de "irresponsável" por não oferecer escolta policial aos ônibus.

Os parlamentares classificaram as declarações iniciais dos adversários políticos de "desastrosas". "Isso estimula esse tipo de comportamento. Não podemos achar que isso é normal ou natural", emendou Teixeira. 

Independentemente dos desdobramentos do episódio e da possibilidade de prisão de Lula, os parlamentares anunciaram que as mobilizações continuarão. "As caravanas vão continuar, não podemos aceitar essa pressão criminosa", avisou Teixeira.

Com Estadão Conteúdo

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