Procurador da Operação Lava Jato no Ministério Público Federal, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima criticou o novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, pelas declarações, nesta segunda-feira (20), de que as investigações sobre a mala com R$ 500 mil entregue pela JBS ao ex-assessor do presidente Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures, foi encerrada antes do tempo.
Segóvia afirmou ainda que "uma única mala" não daria a "materialidade criminosa" necessária para resolver se havia ou não crime, e que havia "interrogações" sobre a investigação.
Nas redes sociais, o procurador do MPF ironizou as declarações de Segóvia - "começou bem" - e ainda questionou: "Quantas malas de dinheiro são suficientes para o novo Diretor Geral da Polícia Federal?".
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Carlos Fernando afirmou, também, que Segóvia não é responsável pelas investigações, mas apenas o chefe administrativo da instituição e que, portanto, não cabe a ele falar sobre processos e denúncias. O procurador também criticou o fato de Segóvia dar sua opinião pessoal, que é, segundo ele, "totalmente desnecessária e sem relevância".
"Não cabe ao Diretor Geral da Polícia Federal falar sobre investigações, pois não é responsável pelas elas, mas apenas o chefe administrativo da instituição. Não cabe à Polícia Federal falar sobre denúncias realizadas, pois a opinio delicti é exclusiva do Ministério Público. Sua opinião pessoal é totalmente desnecessária e sem relevância, ainda mais quando dada em plena coletiva após a posse que lhe foi dada pelo próprio denunciado", disse o procurador.