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Bonifácio de Andrada diz que continua relator de denúncia contra Temer na CCJ

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Mesmo diante das especulações sobre a permanência ou não do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) como relator da denúncia contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), o tucano disse no início da noite de quarta-feira (4) que continua no cargo.

“Pretendo seguir a orientação do presidente da Comissão. A orientação dele [deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG)] é me manter como relator. Quando ele me mantém como relator, ele faz recair sobre mim tarefas altamente complexas, difíceis e urgentes”, disse o parlamentar.

Bonifácio não informou quando apresentará o seu parecer. O deputado disse ainda que analisa um extenso material, com mais de 2 mil páginas e agora, com a apresentação das defesas dos acusados, terá que se debruçar também sobre o que dizem os advogados nas peças.

Divisão

A polêmica em torno da relatoria teve início quando o líder do PSDB na Câmara, deputado Ricardo Trípoli (SP), informou que havia pedido ao presidente da CCJ que não indicasse para a relatoria um membro da sigla. Entretanto, o convite à Andrada já havia sido feito antes da solicitação do líder tucano. Na tarde de quarta-feira, Pacheco voltou a afirmar que manteria Bonifácio Andrada no cargo.

Dividido, o partido reúne um grupo de deputados que pretende votar pela autorização da denúncia. Na análise primeira denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Temer, o número de deputados do PSDB que votaram pelo arquivamento da investigação foi maior do que os que optaram pelo prosseguimento da apuração. Bonifácio de Andrada foi um dos parlamentares tucanos que ficaram ao lado do governo.

Entre as possibilidades aventadas na Câmara está a de Bonifácio se licenciar do PSDB e atuar na Comissão de Constituição e Justiça indicado por outro partido. O presidente da comissão reafirmou quarta-feira que manterá a indicação de Andrada na relatoria e disse que cumprirá “exatamente” o regimento da Câmara, caso o parlamentar seja substituído na comissão por outro deputado pela liderança partido.

“Considero que a escolha do Bonifácio está feita, ele é parlamentar ativo, membro da Comissão de Constituição e Justiça. Não acredito que uma eventual licença do partido seja um inibidor, do ponto de vista regimental, para que ele relate a matéria. Mas vamos fazer essa avaliação e pode ter certeza de que tudo que for adequado regimentalmente nós vamos cumprir”, disse Rodrigo Pacheco.