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Em despedida no STF, Janot diz que Corte foi "firme" e "não se acovardou"

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta quinta-feira (14) que vai deixar o cargo com a convicção de que militou na defesa dos compromissos constitucionais. Janot participou da última sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) como representante do Ministério Público Federal (MPF) na Corte. A partir da segunda-feira (18), ele será sucedido pela nova procuradora, Raquel Dodge, após dois biênios no cargo.

Janot também disse que a Corte foi "firme" e "não se acovardou" diante das investigações e processos da Operação Lava Jato.

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"Foram tantos momentos que citar todos excederia em muito o tempo que não vou roubar. A retidão dessa casa na condução do processo jurídico criminal mais complexo e delicado que essa casa já vivenciou: a Lava Jato. O STF foi firme, respeitou as leis e a Constituição, mas não se acovardou sob o pálio da pseudoprudência em que facilmente se escondem os interesses vis", disse Janot.

A despedida de Janot ocorreu minutos após a procuradoria apresentar denúncia contra o presidente Michel Temer e integrantes do PMDB. "Entrego o cargo no próximo dia 17 com a convicção serena que militei até o último instante na defesa dos compromissos constitucionais assumidos há mais de 30 anos", disse o procurador. Após deixar o cargo, Janot continuará na PGR como subprocurador da República. 

Raquel Dodge foi indicada para o cargo de procurador-geral pelo presidente Michel Temer a partir da eleição interna da Associação Nacional dos Procuradores da República, que deu origem à lista tríplice enviada ao presidente para subsidiar sua escolha. Em julho, ela foi aprovada pelo plenário do Senado por 74 votos a 1 e uma abstenção.

Mestre em direito pela Universidade de Harvard e integrante do Ministério Público Federal há 30 anos, Raquel Dodge é subprocuradora-geral da República e atuou em matéria criminal no Superior Tribunal de Justiça.