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'Obras-primas do golpe foram a extrema-direita e a destruição da centro-direita', diz Dilma Rousseff

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A ex-presidente Dilma Rousseff alertou na noite desta quinta-feira (31) que o impeachment contra ela acabou gerando alterações profundas na disputa política brasileira. "As duas obras-primas do golpe foram a extrema-direita, refletida no [Jair] Bolsonaro e a destruição da centro-direita, do PSDB", afirmou.

A declaração foi feita durante o ato "O Brasil um ano depois do golpe", organizado pelo jornal Brasil de Fato e pelo mandado do deputado Wadih Damous (PT-RJ), na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Centro do Rio.

O Brasil está caminhando para um agravamento da crise econômica, social, institucional e política. A impressão é que há uma calmaria antes do tsunami. É impossível supor que, nesse quadro econômico, processos como o da Eletrobrás, se esteja caminhando", destacou.

Dilma classificou a proposta de parlamentarismo ou semiparlamentarismo como "um sonho de uma noite de verão do golpista, usurpador mor", e criticou o empresariado brasileiro, por nunca ter aceitado políticas sociais como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida. "Temos a mais atrasada e irresponsável das elites econômicas. Muitas elites pensaram a sua nação. Mas aqui sempre tivemos dificuldades em fazer os processos mais simples de inclusão."

Para Dilma, o "pato amarelo talvez fosse a maior confissão". "É impossível sair da crise sem imposto. Mas há uma carga tributária muito alta sobre os mais pobres, classe média e parte dos pequenos empresários. Nunca conseguimos implantar um imposto sobre grandes fortunas", afirmou. 

"O golpe não é fruto da maldade. É uma imposição de algo que ocorreu em 2003, quando interrompemos o neoliberalismo. Essa 'Ponte para o futuro' é uma regressão ao passado. Isso não ganharia uma eleição", apontou Dilma.