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'Financial Times': Condenação de Lula divide Brasil 

Especialistas falam sobre situação legal do ex-presidente 

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Matéria publicada nesta quinta-feira (13) pelo Financial Times conta que após o anúncio da sentença do juiz Sergio Moro de nove anos e meio de prisão ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as ruas do Brasil foram tomadas por manifestações contra e a favor do petista.

"Graças a Deus. Isso prova que o comunismo não assumirá o Brasil. Pelo menos uma vez, a justiça foi feita ", disse Caique Ferreira, de 25 anos, que trabalha em um estacionamento no centro de São Paulo. 

Financial Times aponta que em 2010, após oito anos na presidência, Lula, que deixou o cargo como o político mais popular do país e terminou com algumas das mais altas classificações de aprovação de qualquer líder democraticamente eleito no mundo, ameaça se lançar nas próximas eleições do Brasil em 2018. 

Se ele for condenado na segunda instãncia se tornará inelegível e não poderá se candidatar as eleições do próximo ano, terminando suas esperanças de fazer um retorno político, lembra o texto do FT.

"Este é um duro golpe para as aspirações políticas de Lula", disse Thomaz Favaro, analista político da Control Risks. 

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Existem poucos nomes entre os candiatos brasileiros que dividem os brasileiros mais do que o do antigo líder metalúrgico. Nascido em uma família humilde, o crescente poder de Lula, que não terminou a escola primária, em um dos países mais desiguais do mundo, inspirou muitos em todo o mundo. A ele foi creditada a retirada de milhões de brasileiros da pobreza através de programas como o Bolsa Família. 

Times lembra que a era Lula foi crucial para posicionar o Brasil entre os países emergentes mais promissores e se candidatar a organizar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 no Rio. 

Os mercados responderam positivamente com a notícia de sua condenação, observa o Financial Times. Mas Lula da Silva, que permanece livre enquanto aguarda o recurso, ainda pode contestar e concorrer as eleições do próximo ano, se não for julgado culpado. 

O diário financeiro acrescenta que além desta acusação o ex-presidente ainda precisa sobreviver a outros casos de justiça. 

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Mas se ele for forçado a desesitir da candidatura, o campo pode ficar mais fragmentado, dizem os analistas. Os vários partidos esquerdistas do país enquadrarão uma série de candidatos menos proeminentes, como Ciro Gomes, um líder populista do nordeste do Brasil. Enquanto isso a direita poderia enfraquecer com partidos como o PSDB  ao lançar novos candidatos, como o prefeito de São Paulo, João Doria, um homem de negócios transformado em político, conclui o Financial Times. 

> > Financial Times