O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi sorteado na sexta-feira (23) para conduzir um dos cinco inquéritos na Corte que investiga o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). O caso se baseia nas delações de ex-executivos da Odebrecht.
O inquérito estava com o ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF. Contudo, nesta semana o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF que redistribuísse o inquérito. Janot argumentou que os fatos narrados pelos delatores não tinham conexão com as fraudes investigadas na Petrobras.
O inquérito diz respeito às delações de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Sérgio Luiz Neves, Marcelo Odebrecht e Cláudio Melo Filho. De acordo com o Ministério Público, "os referidos colaboradores apontam, por meio de declaração e prova documental, que, em 2014, foi prometido e/ou efetuado, a pedido do senador da República Aécio Neves da Cunha, o pagamento de vantagens indevidas em seu favor e em benefício de seus aliados políticos". Aécio Neves nega as acusações.
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Em maio, o senador foi afastado das funções legislativas após a divulgação da delação premiada de executivos do grupo JBS. Nessa semana, o STF adiou o julgamento sobre a prisão de Aécio e determinou a soltura da irmã e do primo do senador afastado, investigados na mesma operação.