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Em Moscou, Temer diz que 'fatos desprezíveis' tentam impedir retomada econômica

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Na tentativa de atrair investimentos russos para o Brasil, o presidente Michel Temer disse nesta terça-feira (20), durante o Seminário de Captação de Investimentos Russos no Brasil, em Moscou, que o país já está na “trilha da responsabilidade e do crescimento” e que "fatos desprezíveis e desprezados” têm surgido para impedir a retomada da economia.

Para um público composto por empresários russos, Temer falou sobre os efeitos que as reformas trabalhista e previdenciária trarão para o país em termos de segurança jurídica e também apresentou números positivos da economia.

“Queremos que empresas russas estejam cada vez mais presentes no país. Não tenham nenhuma dúvida: investir no Brasil é opção segura. Temos grandes mercados, estamos entre as maiores economias do mundo e nossos recursos naturais são vastíssimos. Quero salientar que o mais importante é que pusemos o país nos trilhos da responsabilidade e do crescimento”, disse o presidente.

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No discurso, Michel Temer afirmou que fatos "desprezíveis" não irão afetar o país. “Claro que há uma ou outra observação ou objeção. O que é interessante é que, exatamente no momento em que a economia começa a decolar, de repente acontecem fatos que visam a atentar e impedir. Fatos absolutamente desprezíveis e desprezados”, disse, sem fazer referência a uma denúncia específica. 

Brasil e Rússia

O presidente acrescentou que os acordos a serem assinados durante a visita à Rússia aproximarão mercados dos quais Brasil e russos participam. “Nossa economia abre espaço para muito mais. Com essa convicção, vamos assinar amanhã vários acordos para facilitar o comércio entre nossos países. E vamos aproximar o Mercosul da União Econômica Euroasiática, que é muito importante para o Mercosul”, completou.

Polícia Federal

A viagem acontece em meio à grave crise do governo no país. No relatório parcial do inquérito entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) na noite desta segunda-feira (19), a Polícia Federal aponta prática de corrupção passiva do presidente Michel Temer e de seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures.

Em seu relatório, a PF também pediu ao Supremo mais prazo para concluir o inquérito aberto para investigar Temer, a partir das delações da JBS. O prazo inicial para a PF concluir a investigação terminou nesta segunda-feira (19).

No início do mês, a investigação já foi prorrogada pela primeira vez a pedido da PF, que alegou necessidade de mais tempo para concluir as investigações, iniciadas a partir das citações do nome do presidente nas delações dos executivos da JBS.

Na sexta-feira (9), o advogado Antônio Mariz de Oliveira, representante de Temer, informou ao ministro que o presidente decidiu não responder às perguntas enviadas pela Polícia Federal no inquérito. Além disso, a defesa pediu o arquivamento das investigações e fez críticas ao teor do questionário enviado pelos delegados.

Para a defesa de Temer, o questionário é um “acinte à sua dignidade pessoal e ao cargo que ocupa” e atenta contra os “direitos individuais inseridos no texto constitucional”. “ O presidente e cidadão Michel Temer está sendo alvo de um rol de abusos e de agressões aos seus direitos individuais e à sua condição de mandatário da nação que colocam em risco a prevalência do ordenamento jurídico e do próprio Estado Democrático de Direito”, destaca o documento.

Com Agência Brasil