ASSINE
search button

Temer mobiliza esforços para assegurar apoio da Câmara

Provável denúncia contra o peemedebista seria submetida à avaliação dos deputados

Compartilhar

Garantido o apoio do PSDB, os esforços agora são para manter a base aliada afinada com o governo, caso a iminente denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Michel Temer seja aceita pelo ministro do STF Edson Fachin e enviada para avaliação dos parlamentares na Câmara dos Deputados. A base governista na Casa já estaria até articulando nomes entre aliados para relatar o pedido de instauração de eventual processo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

O nome mas cotado para relatar na comissão seria o de Alceu Moreira (PMDB-RS), o relator da reforma da Previdência na CCJ que apresentou seu parecer um dia após o governo enviar proposta. O peemedebista tem se mobilizado também para evitar o avanço da PEC das Eleições Diretas na Casa.

Aliados estariam levantando a opinião de membros da CCJ em relação a uma eventual denúncia contra Michel Temer. Parlamentares com direcionamento indesejado seriam substituídos, o que não teria sido necessário até então, segundo o Estado de S. Paulo

De acordo com o vice-líder da bancada do PMDB na Câmara, Carlos Marun (MS), a base governista tem entre 300 e 350 votos para barrar uma possível denúncia contra Temer. “Ela [denúncia contra Temer] vindo, obviamente que nós vamos tentar liquidar essa questão com a maior brevidade possível", garantiu o peemedebista.

Quando o presidente da Câmara é notificado sobre a denúncia, o pedido é despachado à CCJ, que tem o prazo de sessões ordinárias para se manifestar. O relator tem até cinco sessões para apresentar o parecer, e o relatório entra a pauta do plenário quando chega à Mesa Diretora. Uma votação em plenário seria nominal. O relatório precisaria então de dois terços dos votos. 

Dívida dos estados e jantar com governadores

O governo também corre com sua agenda. O peemedebista deve anunciar em jantar com governadores nesta terça-feira (13), no Palácio da Alvorada, a regulamentação do refinanciamento de R$ 59,5 bilhões em dívidas dos Estados com BNDES, cuja autorização foi aprovada no fim do ano passado, de acordo com informações do Estadão.

Temer também deve comunicar a retomada da venda de créditos de dívidas parceladas por contribuintes pelo setor público, a "securitização", que também beneficiaria os estados. 

Além de governadores, o jantar deve contar com a presença do presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Representantes de diversos Estados, inclusive de partidos aliados, contudo, não estarão presentes. De acordo com informações do Poder360, pelo menos estes governadores recusaram o convite: Beto Richa (PSDB-PR), Camilo Santana (PT-CE), Confúcio Moura (PMDB-RO), Flávio Dino (PC do B-MA), Paulo Câmara (PSB-PE), Paulo Hartung (PMDB-ES), Renan Filho (PMDB-AL), Ricardo Coutinho (PSB-PB), Rui Costa (PT-BA), e Wellington Dias (PT-PI).

>> O que acontecerá com Temer se Janot denunciá-lo?

>> Temer vai às redes sociais e nega interferência entre Poderes

>> Fachin concede mais cinco dias para PF concluir inquérito sobre Temer

>> Será difícil destituir Michel Temer, avalia a consultoria Eurasia

>> Cármen Lúcia diz que não 'há o que questionar' após Temer negar espionagem