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Defesas de Temer e Dilma consideraram satisfatório o primeiro dia de julgamento 

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As defesas da ex-presidenta Dilma Rousseff e do presidente Michel Temer consideraram satisfatório o primeiro dia de retomada do julgamento pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da ação do PSDB que pede a cassação da chapa vencedora da eleição presidencial de 2014. Os advogados das duas partes também concordaram que o julgamento deveria “esquentar” a partir desta quarta-feira (7), quando são analisadas outras três preliminares e o início da análise do mérito da ação.

“Hoje [terça-feira], tivemos as preliminares de consenso na Corte, amanhã [quarta-feira] teremos aqui, que é mais substancial, mais significativo, as preliminares principais, que são que a extrapolação do objeto e cerceamento de defesa. É como se fosse o esquenta”, resumiu Flávio Caetano, responsável pela defesa da ex-presidenta Dilma.

O advogado de Michel Temer, Gustavo Guedes, reforçou que o debate mais importante ocorre nesta quarta-feira (7), que trataria se o depoimento de executivos da Odebrecht seria, ou não, considerado válido. “Um primeiro dia tranquilo, com uma discussão técnica, muito adequada”, avaliou. 

“Retomaremos com aquilo que a defesa do presidente Temer considera mas relevante, que é a discussão e a aceitação das provas relativas à Odebrecht, que não foram alegadas na petição inicial. Esse deve ser o grande debate”.

>> TSE retoma julgamento de cassação da chapa Dilma-Temer. Acompanhe

No final da sessão desta terça-feira, o ministro Napoleão Numes Maia questionou o relator, ministro Herman Benjamim, se o juiz pode ouvir testemunhas que não foram apontadas por nenhuma parte. O relator evitou discussão, dizendo que o tema seria analisado nesta quarta-feira.

Para a defesa de Temer, os depoimentos dos executivos da Odebrecht devem ser retirados do processo porque eles não foram requeridos na petição inicial. “Esse tema da Odebrecht, e o que o Marcelo Odebrecht trouxe, não foram tratados na [petição] inicial. A questão, nesse caso, não é o depoimento, mas o que trouxe o depoimento”, explicou Guedes. “O que questionamos não é a ilegalidade ou não [dos depoimentos], mas os temas que não tivemos oportunidade de se defender”.

Para a defesa da ex-presidente Dilma Rousseff não deve haver pedido de vista, porque os ministros demonstraram estar “maduros” para votar. “Essas três sessões são tempo suficiente para que o processo chegue ao seu final. Percebemos que os ministros leram, conhecem o processo, parece que todos estão muito maduros para julgar. A menos que surja uma questão que ninguém conheça e haja pedido de vista”, avaliou Caetano.

Sobre o desfecho do julgamento, tanto o advogado de Dilma como o de Temer tiveram a mesma opinião. “Ninguém que der uma previsibilidade do desfecho hoje [terça-feira] estará falando de forma séria”, disse Guedes. Para Caetano, o desfecho do julgamento é imprevisível.