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Gravações mostram tensão de Aécio antes de delação da JBS

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Uma série de ligações interceptadas pela Polícia Federal no celular de Aécio Neves (PSDB-MG), autorizadas pela Justiça, demonstram a tentativa dele de proteger seu nome, um mês antes da divulgação da delação da JBS. A colaboração da empresa com as investigações motivou a prisão da irmã Andrea Neves, do primo 'Fred', e o afastou preventivamente do mandato.

"O tempo é o senhor da verdade", disse Aécio Neves, indicando o título de um artigo que assinaria para um jornal de Minas sobre acusações de delações da Odebrecht, em uma das ligações interceptadas, do dia 20 de abril. "Não, isso é a marca do Collor, pelo amor de Deus", respondeu a irmã Andrea.

Aécio costumava falar com a irmã nestas ligações sobre notícias relacionadas à delação da Odebrecht. Andrea é jornalista e cuidava da imagem do tucano desde que ele era governador de Minas Gerais. "Não temos que responder tudo, Andrea, eu acho. Estão respondendo demais", diz Aécio em um dos telefonemas.

Andrea chega a sugerir em outra gravação que o irmão repense a participação do PSDB no projeto de reforma trabalhista, que, para ela, poderia ser "um tiro no pé". As informações são da Folha.

As ligações trazem conversas com outros políticos e autoridades, como o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello. Aécio reclamou que um delegado se recusava a fornecer os autos à sua defesa. Em resposta ao jornal paulista, o tucano alegou que já tinha obtido acesso aos autos por decisão judicial e que fez uma comunicação pessoal sobre o adiamento de depoimento.