O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) criou a "Eduardo Cunha Atividades Intelectuais", uma empresa cuja atividade principal é a "edição de livros", com capital de R$ 90 mil, dois dias antes de ser preso. As informações são da Folha de S. Paulo.
Cunha teria iniciado conversas com editoras a negociação uma publicação que viria para "abalar a República" logo depois que teve o mandato cassado, em setembro de 2016. A expectativa era que o livro se tornasse best-seller. Registro da Receita Federal informa que a empresa tem sede no endereço do escritório dele no centro do Rio de Janeiro.
Cunha foi preso no dia 19 de outubro do ano passado em Brasília, por decisão do juiz Sérgio Moro, que o condenou em março a mais de 15 anos de prisão, e agora está no Complexo Médico Penal do Paraná. No mesmo dia que a nova empresa foi registrada, o peemedebista se encontrou com o dono da editora Matrix, Paulo Tadeu, no aeroporto de Congonhas, para negociar termos de um contrato para a publicação do livro. Cunha teria falado pelo menos com mais duas editoras.
Pedro Ivo, advogado de Cunha, disse ao jornal paulista que a empresa foi aberta para "administrar a publicação do livro". "Não haveria, então, qualquer impedimento no fato de a citada empresa negociar os direitos de venda do livro com editoras."
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