Matéria publicada pelo jornal Le Figaro neste domingo (16) traz a repercussão da decisão do ministro do STF de autorizar investigações sobre ministros, congressistas e outros representantes da classe política do país.
O diário francês diz em sua manchete que "O Brasil está ameaçado de paralisia e os brasileiros estão apavorados com o escândalo de corrupção da Odebrecht, que atinge em cheio a classe política até o alto escalão do governo".
O periódico afirma que Michele Temer desviou o equivalente a 38 milhões de euros para financiar a campanha de seu partido e acrescenta que o atual presidente foi citado na acusação, mas não pode ser investigado pela imunidade que o protege até o fim do mandato, em 2018.
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Le Figaro destaca que uma das personalidades políticas acusadas de receber dinheiro ilegal para financiar campanhas políticas foram o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que teria se beneficiado de 4,5 milhões de euros por ocasião das Olimpíadas de 2016, e Aécio Neves, apresentado como líder de um grande partido.
"Os valores desviados dão vertigem nos brasileiros, que enfrentam uma grave crise econômica, e são confrontados com os detalhes do dinheiro da corrupção revelados pouco a pouco pelo escândalo tentacular", escreve Le Figaro.
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Le Figaro lembra que as reações têm origem na decisão do ministro Edson Fachin de retirar o sigilo dos depoimentos da operação Lava Jato, após ter autorizado a abertura de investigação contra 78 políticos, entre ministros, parlamentares e outras personalidades políticas por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O vespertino ressalta que a lista de acusados inclui os ex-presidentes José Sarney, Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff.
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