Um protesto toma a entrada de uma das sedes da TV Globo, na Rua Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, desde a manhã desta sexta-feira (31), para lembrar o aniversário do Golpe Militar, no dia 31 de março de 1964, que instaurou por mais de 20 anos a ditadura no Brasil.
Os manifestantes estão acampados em frente ao prédio da emissora e acusam a Globo de apoiar as reformas trabalhista e da Previdência do governo de Michel Temer. Os ativistas também distribuem panfletos nas ruas afirmando que a emissora apoiou a ditadura militar e, agora, apoia o golpe das reformas contra a população.
Os manifestantes, do movimento social Levante Popular da Juventude, chegaram ao local por volta de 8h da manhã com cartazes e barracas e prometem ficar acampados por tempo indeterminado. A sede da Rede Globo foi escolhida pelo Levante pelo fato de a empresa ter apoiado o golpe em 1964 e, segundo os manifestantes, ter contribuído com o processo de impeachment sofrido pela presidente Dilma Rousseff.
De acordo com o movimento Levante Popular da Juventude, a Globo, com todo o seu poder de influência sobre a população é o principal pilar de sustentação do governo Michel Temer.
“A gente está aqui fazendo essa ocupação em frente à Rede Globo com a intenção de denunciar à população o envolvimento da empresa com o golpe de 2016. A escolha da data é simbólica, por causa do aniversário de 53 anos do golpe militar de 1964. Assim como o poder judiciário, as empresas de comunicação, no caso, a Globo, tem um papel muito importante para sustentar os golpes, tanto o de 1964 quanto o de 2016. Nosso acampamento vai ficar aqui por tempo indeterminado, vamos ficando aqui para fazer um diálogo com a população”, disse a porta-voz do movimento.
O Levante Popular lembra também, que a empresa, antes do impeachment da presidente Dilma Rousseff, se desculpou publicamente por ter apoiado o golpe militar. O movimento diz também que recentemente a empresa tem mudado o tom ao tratar de Michel Temer, mas que isso não passa de uma “manobra da empresa para passar uma imagem de emissora democrática”.
“O governo Temer é a cara do golpe e é importante nós reforçarmos a sua falta de legitimidade, mas também é preciso denunciar as figuras que sustentam esse golpe, como é o caso da Rede Globo. No últimos meses foi possível ver a emissora recuando e realizando algumas críticas ao governo golpista em determinados pontos. Essa mudança é apenas uma manobra da empresa de fortalecer uma imagem de emissora democrática e contrária às opressões e tentar não ficar associada com a aversão criada pelo povo ao governo Temer”, encerrou.