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O alvo da 8ª fase da Operação Zelotes é o ex-diretor do Bank Boston 

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O alvo da oitava fase da Operação Zelotes, deflagrada em março de 2015, é o ex-superintendente do Bank Boston, Walcris Rosito, de acordo com o G1. Especializado em direito tributário e diretor do Bank of America de 2006 a 2014, teve mandado de condução coercitiva expedido, mas ainda não foi localizado em sua casa em São Paulo.

A Operação investiga organizações criminosas que atuavam na manipulação do trâmite de processos e no resultado de julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Inicialmente, ela apurava o pagamento de propina a conselheiros do Carf para que multas aplicadas a empresas – entre bancos, montadoras e empreiteiras – fossem reduzidas ou anuladas. O Carf é um órgão do Ministério da Fazenda responsável pelo julgamento de recursos de empresas multadas pela Receita Federal.

O jornal informa ainda que outros dez mandados de condução coercitiva foram cumpridos em São Paulo, como o de José Teruje Tamajaro que é de uma consultoria que fazia a ponte entre os bancos e a Carf.

O Itaú informou ao jornal que a PF fez diligência nas dependências do banco na manhã desta quinta-feira (1º) e que o objeto da operação foi a busca de documentos relativos a processos tributários do BankBoston.

A assessoria do Bank of America afirmou, em nota, que está "cooperando integralmente com a documentação requerida pelas autoridades brasileiras".

A Polícia Federal também informou ao jornal que esta nova etapa da operação aponta a existência de conluio entre um conselheiro do Carf e uma instituição financeira, entre os anos de 2006 e 2015. De acordo com o jornal, a PF identificou que houve sucesso na manipulação de processos administrativos fiscais em ao menos três ocasiões. Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, advocacia administrativa tributária e lavagem de dinheiro.

A Operação

Em outubro de 2015, a Operação Zelotes também descobriu indícios de venda de Medidas Provisórias (MP) que prorrogavam incentivos fiscais a empresas do setor automotivo. Uma das empresas que atuava no Carf teria recebido R$ 57 milhões de uma montadora entre 2009 e 2015 para aprovar emenda à Medida Provisória 471 de 2009, que rendeu a essa montadora benefícios fiscais de R$ 879,5 milhões. Junto ao Carf, a montadora deixou de pagar R$ 266 milhões.

Em 4 de dezembro, 16 pessoas suspeitas de participar do esquema se tornaram réus depois que a Justiça Federal aceitou denúncia do Ministério Público Federal no Distrito Federal.

Entretanto, segundo o G1, a PF diz que as investigações encontraram indícios de que os crimes continuaram a ser cometidos mesmo depois do início da operação.