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Ao citar gravação de Calero, ministro da Justiça fala em "boato"

"Isso vai ser apurado, se é que realmente as gravações foram feitas”

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O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou nesta sexta-feira (25) que serão apuradas as informações divulgadas pela imprensa de que o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero teria gravado conversa que teve com o presidente Michel Temer e integrantes do governo. “Há os boatos sobre se há ou não gravação, isso vai ser apurado para verificar em que condições foram feitas, se é que realmente foram feitas”, disse em entrevista a jornalistas após participar de evento do PSDB no auditório da Câmara dos Deputados.

Alexandre de Moraes informou que o depoimento de Calero foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) que abriu vistas para a Procuradoria-Geral da República. “O procurador-geral da República vai analisar se vai ou não insistir nesse pedido de abertura de inquérito”, disse.

Em nota, divulgada hoje (25), o ex-ministro Marcelo Calero nega ter marcado audiência com o presidente Temer para gravar a conversa. "A respeito de informações disseminadas, a partir do Palácio do Planalto, de que eu teria solicitado audiência com o presidente Michel Temer no intuito de gravar conversa no Gabinete Presidencial, esclareço que isso não ocorreu. Durante minnha trajetória na carreira diplomática e política, nunca agi de má-fé ou de maneira ardilosa. No episódio que agora se torna público, cumpri minha obrigação como cidadão brasileiro que não compactua com o ilícito e que age respeitando e valorizando as instituições".

O ministro da Justiça ainda afirmou que o depoimento de Calero à Polícia Federal deixa claro que Temer não pressionou Calero em favor de interesses de Geddel Vieira Lima, que hoje (25) deixou a Secretaria de Governo. 

Calero conversou com Temer sobre suposta pressão que teria sofrido por parte de Geddel para liberar a construçãode um edifício de alto padrão em Salvador no qual Geddel teria adquirido um imóvel. O empreendimento foi embargado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) por estar localizado em área tombada como Patrimônio Cultural da União.

“Basta ler o depoimento que está em todas as redes sociais para ver que o presidentesimplesmente indicou ao ministro Calero que, se achasse o caso, consultasse a AGU [Advocacia-Geral da União], tanto que o próprio ministro entendeu por bem não consultar”, disse Alexandre de Moraes.

Calero pediu demissão na sexta-feira (18) e, na quarta-feira (23), prestou depoimento à Polícia Federal quando disse que o presidente Michel Temer o havia "enquadrado" e sugerido uma saída por meio da Advocacia-Geral da União para o caso. Por meio do porta-voz Alexandre Parola, Temer disse que buscou "arbitrar conflito" entre ministros e negou que teria pressionado Calero por uma saída do caso.

Com Agência Brasil