ASSINE
search button

Lava Jato motiva Suíça a abrir ação penal contra bancos

Compartilhar

As investigações da Operação Lava Jato devem fazer com que a Suíça abra processos criminais por corrupção e lavagem de dinheiro contra seus bancos, de acordo com informações do Estadão. O Ministério Público do país sinalizou que esta será a estratégia a partir de agora, após denúncias sobre envolvimento de operadores, políticos e executivos do Brasil com as instituições financeiras. 

Os procuradores esperam que os bancos suíços resolvam denunciar clientes com movimentações financeiras suspeitas, ou então que passem a recusar a abertura de contas sem comprovação da origem de recursos. 

Depois que Marcelo Odebrecht foi preso, em junho do ano passado, cerca de 80 denúncias sobre movimentações da empreiteira foram apresentadas pelos bancos locais. 

As autoridades suíças ficaram surpresas com o fato de, nos dias seguintes à prisão de Marcelo Odebrecht, em junho do ano passado, cerca de 80 denúncias terem sido apresentadas pelos bancos locais sobre suspeitas de movimentações da empreiteira brasileira. A agência reguladora do sistema financeiro da Suíça quer entender o motivo da realização das denúncias apenas depois da prisão do empresário.

"Os dirigentes [de bancos] devem dizer a si mesmos, seria melhor denunciar do que empurrar os problemas para debaixo do tapete", declarou Michael Lauber, procurador-geral da Suíça, em entrevista ao jornal Le Temps.

Berna oficialmente não faz uma ligação direta entre o caso brasileiro e sua nova estratégia, mas admite que, nos últimos meses, os incidentes envolvendo bancos suíços sofreram um aumento importante. Desde o início das investigações sobre corrupção na Petrobrás, em 2014, a agência reguladora do sistema financeiro suíço iniciou exames sobre 25 bancos citados no caso da estatal.

As investigações apontaram recursos do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, no banco Julius Bär. Dinheiro de ex-diretores da Petrobras também foi movimentado pelo Lombard Odier. Entre as instituições que colaboram estão também Pictet, Cramer, HSBC, UBS, Credit Suisse, PKB, entre outras.

De acordo com a lei, o banco envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro pagaria uma multa de US$ 5 milhões.