Matéria publicada nesta terça-feira (27) pelo jornal francês L´Express Paris conta que um terceiro ex-ministro dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff foi preso na segunda-feira (26), sendo acusado de envolvimento no escândalo de corrupção da Petrobras.
Segundo a reportagem do noticiário parisiense, a prisão de Antonio Palocci, ministro das finanças, em 2003, com a chegada ao poder de Luiz Inácio Lula da Silva e pela segunda no governo de Dilma.
L´Express Paris lembra que esta detenção aconteceu quatro dias após a breve detenção Guido Mantega, ministro da Fazenda entre 2003 e 2006, com o Presidente Lula e ministro e chefe de gabinete de Dilma Rousseff em 2011. Ao aderir ao governo, Palocci conseguiu tranquilizar os mercados financeiros, que na época estavam assustados com a eleição do ex-sindicalista Lula e restaurar a estabilidade econômica.
> > Corruption au Brésil : un troisième ex-ministre de Lula arrêté dans l'affaire Petrobras
O jornal francês relata que Palocci é acusado de ter recebido subornos da Odebrecht, em troca de contratos com a Petrobras. Parte do dinheiro teria sido usado para financiar o PT, de acordo com investigadores. O juiz Sergio Moro, responsável pelo caso de investigação da Petrobras bloqueou as contas bancárias de Palocci que apresentavam o valor de 128 milhões de reais. Palocci é médico por formação e teve que renunciar em 2006 ao seu cargo de ministro das Finanças de Lula depois de ser envolvido em um escândalo de violação de sigilo bancário.
Ele retornou a política como chefe de gabinete de Dilma Rousseff, mas em 2011 teve que deixar o cargo depois de acusações de enriquecimento ilícito. Dilma Rousseff foi deposto no final de agosto pelo Senado e substituída por Michel Temer, vice-presidente do centro-direita acusado de orquestrar um "golpe" parlamentar.
Estilo "ditadura militar"
O advogado de Palocci, José Roberto Batochio, imediatamente descreveu a operação policial de "show" e "circo", a uma semana das eleições municipais.
"Liberdades constitucionais foram sequestradas em Curitiba", acrescentou.
Parece um pouco "estranho" no domingo em uma reunião com representantes do PSDB (direita), o Ministro da Justiça Alexandre de Moraes anunciar ao jornal Estado de São Paulo que haveria mais lava jato esta semana.
"É o estilo da ditadura militar (...) Voltamos à época do autoritarismo e arbitrariedade. Qual é a necessidade de prender uma pessoa com endereço fixo, um médico, que foi ministro duas vezes, que pode dar qualquer informação quando lhe for perguntado se não for para fazer um show ", disse o advogado.
L´Express analisa que o cerco parece estar se fechando em torno de Lula com relação ao escândalo da Petrobras, que afeta grande parte da elite política brasileira, de esquerda e de direita. O ex-presidente Lula (2003-2010) foi acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. No total, ele está sendo investigado por três ações,e neste caso envolve dois bilhões de dólares desviados da Petrobras para beneficiar dezenas de políticos de vários partidos, empreiteiros e diretores da empresa.
Para parlamentares do partido dos Trabalhadores e aliados, últimas prisões são "para atacar o PT e impedir candidatura de Lula à presidência em 2018", finaliza L´Express Paris.