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Eduardo Cunha perde apoio de aliados em processo de cassação

Peemedebista foi notificado sobre sessão que vai decidir seu futuro político

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Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pode enfrentar maiores dificuldades na votação de segunda-feira (12) sobre o futuro de seu mandato. De acordo com apuração da Folha de S. Paulo, até mesmo o chamado "centrão", que formava a base de sustentação do ex-presidente da Casa, deve se abster de uma tentativa de salvar o deputado afastado. A tendência é que o peemedebista tenha o mandato cassado.

A derrota de Cunha pode ser mais ou menos expressiva, de acordo com a perspectiva do resultado para os deputados -- que costuma influenciar a decisão deles. Os parlamentares ainda têm temores, contudo, com a influência de seus votos nas eleições municipais deste ano. 

Eduardo Cunha está afastado do mandato desde 5 de maio por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi notificado nesta quinta-feira (8), por meio de publicação no Diário Oficial da União, sobre a sessão convocada para a próxima segunda-feira (12), a partir das 19h, para votar seu processo de cassação. 

A decisão de publicar a notificação no Diário Oficial foi tomada após a Câmara não conseguir localizar o deputado pessoalmente, após três tentativas, no gabinete, no apartamento funcional e em endereço no Rio de Janeiro. A pedido de Cunha, porém, uma notificação será entregue pessoalmente nesta quinta-feira (8) em Brasília.

>. Líderes apostam em quórum alto na votação que vai decidir futuro de Cunha

Líderes do PT, PSDB, PSB, DEM, PRB, PDT, PC do B, PPS, PSOL e Rede, que reúnem 238 deputados, afirmaram ao jornal paulista que suas bancadas devem votar pela cassação de Cunha. Faltariam, então, 19 votos para o mínimo exigido para a punição (257 dos 511). Do chamado "centrão", o PRB, que tem 22 deputados, declarou ao apoio ao parecer, e PR (42) e PSD (35) seguem a mesma tendência. Pode haver votos pela cassação também no PP, PTB e PMDB, em menor escala. 

Cunha é investigado por suposta quebra de decoro parlamentar, acusado de manter contas secretas no exterior e de mentir sobre elas em depoimento à CPI da Petrobras, no ano passado. Ele nega ser dono de tais contas e alega que tem bens geridos por trustes.