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Novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia fala em "pacificar o plenário"

Em disputa no 2º turno, Maia foi eleito com 285 votos. Rogério Rosso teve 170

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O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), eleito presidente da Câmara dos Deputados na madrugada desta quinta-feira (14) para completar o mandato do biênio 2015-2016, que termina em fevereiro de 2017, agradeceu em seu primeiro discurso a todos os partidos que o apoiaram, seja desde o primeiro turno ou a partir do segundo turno. Ele citou o nome de vários líderes e deputados que apoiaram sua candidatura.

“Agradeço pela disputa limpa, na política, agradeço à minha família. É difícil falar depois desse momento, sentado nesta cadeira”, afirmou.

Rodrigo Maia ressaltou que terá a oportunidade de presidir a Câmara junto com os outros deputados. “Vamos tentar governar com simplicidade, pacificar esse Plenário. Tem pautas do governo, mas também tem demandas da sociedade”, lembrou.

>> Rodrigo Maia diz que não vai definir prazo para votar cassação de Eduardo Cunha

Diálogo com partidos

Em entrevista coletiva concedida logo após a eleição, Rodrigo Maia ressaltou que sua eleição contou com apoio de parte da esquerda por causa do diálogo que manteve no sentido de resguardar os direitos da minoria.

“Sem a esquerda, eu não venceria essa eleição e, por isso, batiam tanto nos votos que a esquerda ia me dar. Todos nós juntos temos condições de construir uma agenda de consenso, onde o diálogo possa prevalecer, aprovando em conjunto medidas para o Brasil”, afirmou.

Prioridades da pauta

Quanto às prioridades da pauta, ele listou o teto de gastos públicos; a renegociação da dívida dos estados; a PEC dos Precatórios; o projeto que libera a Petrobras de participar de todas as explorações do pré-sal e a reforma da Previdência. “Sobre a Previdência, precisamos construir um modelo que não seja deficitário”, adiantou.

Sobre a necessidade de votar medidas impopulares, o novo presidente da Casa ponderou que os deputados “não estão aqui só para aumentar despesas e serem aplaudidos”. Para ele, uma pauta que seja impopular agora poderá gerar impactos positivos no futuro.

Ele defendeu ainda a volta do debate sobre o sistema eleitoral, que considerou falido.

Cassação de Cunha

Ao responder sobre o processo de cassação do mandato de Eduardo Cunha, Rodrigo Maia lembrou que votou em Cunha e o apoiou em muitas iniciativas, mas não vai perseguir nem proteger o deputado.

“Tudo vai caminhar dentro das regras do Regimento, sem manobras contra nem a favor. A votação da cassação dele, para ser legítima e justa, precisa ter quórum elevado”, afirmou, referindo-se ao período pós-recesso, que será de campanha eleitoral municipal.

Eleição

Com 285 votos, Rodrigo Mai foi eleito presidente da Câmara pelos próximos seis meses e meio. O parlamentar derrotou, em votação de segundo turno, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que obteve 170 votos.

Também foram registrados 5 votos em branco. No total, foram 460 votos.

Mais cedo, na quarta-feira, em votação de primeiro turno, Maia obteve 120 votos contra 106 de Rosso. Ocandidato Marcelo Castro (PMDB-PI), que era um dos favoritos, recebeu 70 votos.

Caso o Senado confirme o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff, o deputado fluminense passa a ser o segundo na linha sucessória do país. Em seu quinto mandato, Maia é filho do ex-prefeito do Rio de Janeiro César Maia, já presidiu o Democratas e foi duas vezes líder do partido.

Assim que o resultado foi proclamado pelo presidente interino, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), parlamentares gritaram, do plenário, "Fora, Cunha!". Alvo de um processo de cassação de mandato na Câmara e réu em duas ações penais no Supremo Tribunal Federal (STF), Eduardo Cunha renunciou ao cargo de presidente da Casa na última quinta-feira (7).

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Com Agência Câmara