Apontado como candidato do governo do presidente interino Michel Temer e do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) confirmou, nesta segunda-feira (11), que é candidato à Presidência da Câmara. Rosso integra o chamado "centrão" -- partidos com bancadas médias que vêm dando sustentabilidade ao governo interino -- e foi presidente da comissão de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara.
Questionado sobre o fato de ser o candidato de Eduardo Cunha e se haveria, de fato, uma disposição para colocar o Regimento Interno da Câmara em favor de salvar o peemedebista, que tem contra si um processo de cassação de mandato oriundo do Conselho de Ética, Rosso rechaçou qualquer possibilidade de conspiração a favor do ex-presidente da Câmara.
"Não tem essa história de salvar ou não salvar (Eduardo Cunha). Não sou daqueles que ficam jogando pedra nas pessoas, está sendo julgado da forma certa. Não se trata ou não de ser aliado, até porque há candidatos que são amigos dele e eu conheci Eduardo Cunha de um ano e meio para cá", argumentou.
Depois dos impasses em relação à data da eleição para o comando da Casa, o presidente interino da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), deve anunciar nas próximas horas a quarta-feira (13) como a data para a eleição do sucessor. Na quinta-feira passada, logo após a renúncia de Eduardo Cunha ao posto, líderes partidários da Câmara se reuniram anunciaram a eleição para esta terça (12) enquanto Maranhão havia anunciado para a quinta (14). Em reunião neste domingo (10), líderes e presidente interino chegaram a um consenso e decidiram pela quarta (13).
Além do candidato do "centrão", composto por 13 partidos, Rosso tem como principais adversários os deputados Beto Mansur (PRB-SP), Rodrigo Maia (DEM-RJ), Fernando Giacobo (PR-PR), Heráclito Fortes (PSB-PI), Jovair Arantes (PTB-GO), Hugo Leal (PSB-RJ), Fausto Pinato (PP-SP), Marcelo Castro (PMDB-PI), Carlos Gaguim (PTN-TO) e Carlos Manato (SD-ES).
Rodrigo Maia, a alternativa de Michel Temer
Candidato forte na disputa e que pode chegar ao segundo turno, caso o mais votado não conquiste os votos necessários (metade do quórum mais um), o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) também pertence ao chamado "centrão". Por isso, uma eventual vitória do parlamentar não seria considerada uma derrota para o Planalto. Além disso, Maia é casada com a enteada de Moreira Franco, braço direito e homem de confiança de Temer.
Embora pertença a um partido de centro-direita, o deputado do DEM vem argumentando que sua candidatura é a única que consegue abarcar partidos de esquerda e agregá-los à coalizão. Na semana passada, deputados do PT, do PSDB, do PSB e do Psol formaram uma aliança informal para barrar a candidatura de Rosso. Rodrigo Maia é um dos pretendentes a encarnar essa candidatura alternativa. Outro nome cogitado é o de Júlio Delgado (PSB).
Para ganhar a eleição é preciso de maioria absoluta (metade dos votos mais um) e o quórum mínimo exigido é de pelo menos metade da Câmara, que tem 513 parlamentares. Para vencer no segundo turno o candidato precisa ter maioria simples (mais votos que seu adversário).