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Empresa de Eike Batista pagou propina a Eduardo Cunha, diz delator

Cobrança dos valores seria feita diretamente pelo deputado afastado, réu no STF

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Delação Premiada do ex-vice da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto aponta que uma empresa de Eike Batista, a LLX, pagou propina a ele e ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para conseguir recursos do fundo de investimentos do FGTS. Cleto fazia parte do conselho do FI-FGTS e informou que a cobrança dos valores era feita diretamente por Eduardo Cunha.

De acordo com Cleto, a propina seria para a aquisição de debêntures de R$ 750 milhões da LLX, braço de logística do grupo de Eike. A delação foi homologada pelo STF há duas semanas e está sob sigilo. As informações são da Folha de S. Paulo, em reportagem de Aguirre Talento e Márcio Falcão.

As debêntures da LLX, uma espécie de título de dívida, foram adquiridas pelo fundo de investimentos do FGTS em 2012. Depois, o FI-FGTS liberou recursos para a construção de um dos megaprojetos de Eike, um porto. Cleto teria recebido pelo menos R$ 240 mil da LLX. 

Ele detalhou cerca de dez operações de liberação de recursos do FI-FGTS mediante o pagamento de propina a ele e a Cunha, mas não deu detalhes sobre os valores recebidos pelo réu no STF. O operador do deputado afastado, segundo Cleto, seria o corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro.

Cleto foi alvo de mandados de busca e apreensão em dezembro, por suspeita de envolvimento em irregularidades no FI-FGTS, e então procurou investigadores da Lava Jato para negociar uma delação premiada. Cleto era afilhado político de Cunha em uma das vice-presidências da Caixa.

As defesas de Eduardo Cunha, Eike Batista e do corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro negaram as acusações para o jornal paulista.