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'El País': Temer é citado por delator em caso de corrupção da Petrobras

Sergio Machado implicou 19 políticos do PMDB, PT, PSDB, DEM, PSB e PCdoB

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Matéria publicada nesta quinta-feira (16) no jornal espanhol El País, conta que o presidente interino do Brasil, Michel Temer negociou propina para Chalita, segundo um delator da Lava Jato. 

Segundo a reportagem, o ex-senador e ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, implicou o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) no esquema de desvio de recursos da Petrobras. É a primeira vez que o nome de Temer aparece oficialmente citado por um delator da Operação Lava Jato. Conforme depoimentos que Machado concedeu ao Ministério Público Federal, Temer solicitou que ele obtivesse 1,5 milhão de reais de propina para a campanha de seu aliado Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo no ano de 2012. Na mesma delação, outros 19 políticos foram citados por Machado.

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El País fala que a propina, segundo o relato de Machado, foi paga pela empreiteira Queiroz Galvão, umas das implicadas na Lava Jato. O pedido que Temer fez a ele ocorreu em setembro de 2012 em uma conversa reservada na Base Aérea de Brasília, segundo o relato do ex-senador. Machado é considerado o homem-bomba do PMDB e gravou conversas suas com menos três figurões do partido: o presidente do Senado, Renan Calheiros, o ex-presidente da República José Sarney e o senador Romero Jucá. As gravações foram feitas para tentar assinar um acordo de delação premiada, posteriormente firmado com a Procuradoria-Geral da República. Parte delas já haviam vazado, mas se tornaram oficialmente públicas nesta semana, com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, de retirar o sigilo das transcrições, um compêndio de quase 300 páginas.

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O jornal espanhol acrescenta que de acordo com o que Machado falou para os procuradores, Temer sabia que os recursos solicitados eram ilícitos e seriam mascarados como doação oficial de campanha. 

El País ressalta que Temer nunca havia sido implicado de maneira tão contundente por um acusado que resolveu colaborar com a Justiça na Lava Jato, mas seu nome já havia sido citado antes nas investigações.

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