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'NYT': Dilma diz que "parasitas" assumiram o poder sem base legal

Jornal destaca que ela é das poucas figuras políticas sem acusação de enriquecimento ilícito

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O jornal norte-americano The New York Times desta terça-feira (7) traz uma matéria onde fala sobre o processo de impeachment que a presidente do Brasil afstada Dilma Rousseff está passando. 

A publicação fala que ela se prepara para o julgamento com uma forte defesa sendo trabalhada diariamente no Palácio Presidencial. 

A primeira vez que as luzes se apagaram em seu palácio presidencial, Dilma Rousseff fez uma careta. A próxima vez, ela revirou os olhos. Na terceira vez, ela saltou da sua cadeira, e reagiu, chamando seus assessores para saber o que estava acontecendo.

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"Esta área foi feita por mim", disse a presidente irritada durante a entrevista, apontando que ela havia se dedicado a rede de eletricidade do Brasil como prioridade, antes de ser suspensa no mês passado. "Eu não sei por que isso está acontecendo."

O The New York Times comenta que uma sensação de impotência e indignação permeia o Palácio da Alvorada, a residência onde Dilma Rousseff, mesmo afastada é permitida de habitar enquanto luta contra quem quer expulsa-la de uma vez por todas.

Não era para ser assim. Este ano o Brasil deveria  celebrar seus triunfos na preparação dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, e não expulsando sua anfitriã, em meio a escândalos políticos de dimensões absurdas. 

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Dilma Rousseff, a primeira mulher presidente do Brasil, destaca o The New York Times em seu texto, deveria estar se preparando para saudar os líderes mundiais, e não suportando a humilhação de um processo de impeachment.

"Estes parasitas", como ela chamou seus rivais que orquestrando o impeachment contra ela, estão enfrentando seus próprios escândalos, afirma o artigo do The New York Times.

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Segundo a reportagem do The New York Times, o governo interino liderado por Michel Temer, vice-presidente que assumiu o país no mês passado depois já sofreu uma série de situações embaraçosas. Primeiro, um dos principais aliados de Temer deixou o cargo de ministra do Planeamento após uma gravação ser publicada em jornal de grande circulação, comprovando uma esécie de conspiração para afastar Dilma e assim interromper as investigações da lava-jato, o maior caso de corrupção da história brasileira, envolvendo subornos e propinas em projetos da Petrobrás.  Em seguida, o novo ministro da transparência, que deveria justamente fiscalizar a corrupção, renunciou após outra gravação  mostrar que ele também tinha tentado interferir na investigação do caso Petrobras.

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O The New York Times também fala que Michel  Temer, no topo de seus 75 anos, dono de um português arcaico , decidiu não nomear mulheres nem afro-descentes para o seu gabinete. Suas escolhas foram alvo de críticas, por se tratar de um país onde metade da população é composta por negros ou pardos, e onde as mulheres ocupam um lugar de destaque nos corredores do Congresso, na Suprema Corte e como executivas em grandes corporações.

"É um governo provisório de homens brancos e ricos," disse Dilma, que se descreve como esquerdista e ex- guerrilha,  sobre a administração de seu adversário. "Eu nunca pensei em ver no Brasil um governo tão conservador quanto este."

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 O The New York Times afirma que  Dilma e seus aliados esperam que os recentes percalços do governo "sem legitimidade" de Michel Temer mudem o rumo do processo de impeachment a seu favor. Ela destacou que tudo o que ela precisa é de um pequeno número de senadores para ser reintegrada como presidente.

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Ainda assim, para cada passo em falso dado por seus adversários, Dilma e seus aliados também foram envolvidos em novas revelações em inquéritos sobre o uso indevido do dinheiro público. Dilma continua sendo uma das raras figuras políticas que não foi acusada de enriquecimento ilícito, ressalta o The New York Times

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Um ex-executivo da Petrobras testemunhou que Dilma mentiu sobre seu conhecimento co relação a refinaria de Pasadena. Ela nega a acusação.

"Eles sempre quiseram minha renuncia, mas eu não vou renunciar", disse ela, argumentando que seus rivais estavam realizando um golpe de Estado, com selo de aprovação da Suprema Corte. 

"Eu realmente perturbei os parasitas, e vou continuar a perturbá-los."

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