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'WSJ': Opep prevê que oferta de petróleo pode ficar menor que a demanda em 2017

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O The Wall Street Journal desta segunda-feira (16) traz uma matéria onde conta que uma contração na produção dos Estados Unidos e cortes massivos nos investimentos em novos projetos vão reduzir o excesso de petróleo no mercado mundial ao longo deste ano, previu a Organização dos Países Exportadores de Petróleo na sexta-feira, acrescentando que o recuo potencialmente derrubará a oferta de petróleo em todo o mundo para um nível menor que a demanda em 2017.

Segundo a reportagem, a Opep prevê que mudanças na produção de países que não integram o cartel vão ajudar a reequilibrar um mercado global de petróleo que já viu os preços caírem mais de 50% desde 2014, embora a Opep tenha se negado a reduzir sua própria produção.

De acordo com o Journal, a Opep informou em um relatório mensal que a produção de países não ligados à organização vai cair em 740 mil barris por dia do nível de 2015, para 56,4 milhões de barris por dia neste ano, 10 mil barris a menos que o previsto pela Opep anteriormente. A maior parte do declínio será resultado dos esforços das petrolíferas dos EUA para cortar a produção, que passou a dar prejuízos com o desabamento dos preços do petróleo.

“Fora dos EUA, temos visto sinais consistentes de declínio na produção de países que não integram a Opep, o que provavelmente deve deixar o mercado global de petróleo com um déficit líquido em 2017”, informou a Opep.

A previsão da Opep é de que a produção americana este ano cairá em 431 mil barris por dia em relação a 2015, para 13,56 milhões de barris por dia. O resto do recuo na produção previsto em países fora da Opep virá de uma redução nos investimentos e atrasos de produção na China, México, Reino Unido, Cazaquistão e Colômbia.

No geral, empresas de petróleo em todo o mundo devem cortar seus investimentos em exploração e avaliação durante 2016, 2017 e 2018, para US$ 40 bilhões por ano, metade do gasto médio anual de 2012 a 2014, informou o cartel.

A redução da produção de países que não integram a Opep está amortecendo o efeito do aumento da produção de membros da organização. Uma reunião entre os países em abril para discutir um congelamento da produção terminou frustrada depois que a Arábia Saudita informou que só iria limitar sua produção se o Irã o fizesse também, de acordo com autoridades da Arábia Saudita e de outros países envolvidos nas negociações.

O Irã, que em janeiro foi liberado das duras sanções internacionais que impediam o país de vender petróleo, não aceitou limites de produção. Sua produção de petróleo em abril foi de 3,45 milhões de barris por dia — um salto de 198 mil barris diários ante o mês anterior, informou a Opep. Isso representou todo o aumento da produção do cartel de março. A produção total da Opep em abril subiu 188 mil barris por dia ante o mês anterior, para 32,44 milhões de barris.

A Opep disse que essa produção mais elevada será absorvida por um aumento da demanda mundial de petróleo. Ela prevê que a demanda aumentará em 1,2 milhão de barris por dia em relação ao ano passado, para 94,18 milhões de barris por dia em 2016.

Como resultado, o mercado começou a nivelar o excesso de petróleo, mostram os dados da Opep. O excesso de oferta global de petróleo foi reduzido para 950 mil barris por dia, com base em números de produção da Opep em abril, em comparação com um excesso de produção de 2,13 milhões de barris por dia em 2015.

A notícia foi divulgada depois de a Agência Internacional de Energia anunciar, na quinta-feira (12), que o excesso mundial de petróleo havia começado a diminuir. As reservas de petróleo em todo o mundo devem cair para 200 mil barris por dia nos últimos seis meses do ano, em comparação com 1,3 milhão de barris no primeiro semestre, informou a IEA. A agência havia previsto anteriormente que a oferta excederia a demanda a uma média de 1,5 milhão de barris por dia nos primeiros seis meses de 2016.