O vice-presidente Michel Temer (PMDB) respondeu ao pedido de impeachment protocolado contra ele na Câmara dos Deputados pelo ex-governador do Ceará, Cid Gomes. Para o vice-presidente, o pedido de Cid Gomes tem como base “notícias velhas sem sustentação, citações equivocadas e interpretações de pessoas mal-informadas”. Nesta semana, enquanto corre na Câmara dos Deputados o processo de impeachment contra a presidente Dilma, o PMDB de Temer anunciou rompimento com o governo.
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Em nota à imprensa, Temer defendeu a Operação Lava Jato e disse que esta presta “grandes e relevantes serviços” ao Brasil, e alegou que Cid Gomes foi “escalado para atingir reputação alheia de forma vil e rasteira”.
“Só com um processo de evolução de nossos costumes deixaremos de assistir ao espetáculo deprimente representado hoje pelo senhor Cid Gomes, agente terceirizado escalado para atingir reputação alheia de forma vil e rasteira. Tudo isso nada mais é que um plano orquestrado com o objetivo de desconstruir a imagem do vice-presidente da República”, disse a nota da assessoria do vice-presidente.
No comunicado, Temer afirma ter a “convicção” de que os trabalhos da operação significam o início de uma “reforma nos hábitos políticos brasileiros”.
Nesta sexta-feira (1º), o ex-governador protocolou denúncia pela prática de “crime de responsabilidade” de Temer, que também é presidente nacional do PMDB. Gomes pediu que a análise de admissibilidade seja feita pelo 1º vice-presidente da Casa, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), já que o presidente da Casa, Eduardo Cunha, é filiado ao mesmo partido de Temer.
A denúncia cita seis ocasiões em que, na avaliação de Cid Gomes, Temer teria praticado crimes de responsabilidade, pessoalmente ou como presidente nacional do PMDB. O documento fundamenta o pedido nas delações do ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (sem partido-MS), e do doleiro Alberto Yousseff.
A assessoria do vice-presidente destacou que as citações já foram esclarecidas à imprensa e a “coleção volumosa de fotografias” de Cid Gomes ao lado do delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras e condenado pela Lava Jato, ilustra “bem a biografia” e retrata “de forma definitiva sua verdadeira prática política”.
* Com Agência Brasil e Agência Câmara