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PMDB rompe com governo e desautoriza ocupação de cargos no Executivo

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O PMDB oficializou em reunião de três minutos na tarde desta terça-feira (29) o rompimento com o governo Dilma Rousseff, em votação simbólica por aclamação e não por contagem de votos. O senador Romero Jucá (RR), vice-presidente do partido, que comandou o anúncio, pediu aos presentes que se levantassem para aprovar a decisão, e atestou em seguida que a partir deste dia ninguém do partido está autorizado a ocupar qualquer cargo federal em nome do PMDB. Na ocasião, parlamentares entoaram "Brasil, pra frente, Temer presidente" e "Fora, PT".

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O "a partir de hoje", contudo, também foi simbólico, e os ministros podem entregar os cargos até meados de abril, e o PMDB ainda pode considerar o pedido de outros para licença da legenda. A moção que determinou a entrega dos cargos e também uma punição a quem desobedecer tem autoria do diretório regional da Bahia, assinada por Geddel Vieira Lima.

Conforme o JB antecipou nesta segunda (28), o vice-presidente da República, Michel Temer, decidiu, em conjunto com Renan e com o senador Eunício Oliveira (CE) declarar a ruptura do PMDB com o governo por aclamação, e não por contagem de votos.

A estratégia foi decidida com o objetivo de evitar a exposição dos rachas no partido. A decisão também preserva Michel Temer, que é presidente nacional do partido. Na avaliação dos caciques, a autoridade de Temer não fica vulnerável, caso o resultado seja mais favorável para o governo do que o esperado pelos que defendem o desembarque. Também para evitar exposição, já que é vice-presidente da República, Temer não comparecerá à reunião do Diretório Nacional desta terça.

Na sequência do desembarque, o combinado entre os caciques peemedebistas é que o partido entregue os sete ministérios que ocupa no governo. A medida não contempla a vontade dos ministros peemedebistas de permanecer nas respectivas pastas. Entre os líderes, ficou esclarecido que ministros não têm ingerência na decisão, mas apenas acatam as ordens do partido. Na tarde desta segunda-feira, o ministro do Turismo, Henrique Alves, foi o primeiro a entregar o cargo, em carta à presidente Dilma Rousseff.

Ficou acertado, ainda, que o PMDB do Senado, que vinha se mostrando como um dos setores mais fiéis do partido ao governo da presidente Dilma, vai acatar a decisão da maioria nesta terça. Renan Calheiros era visto como a esperança para arquivamento do processo de impeachment de Dilma, caso ele seja aprovado na Câmara dos Deputados.