Após o Ministério Público de São Paulo ter pedido a prisão preventiva do ex-presidente Lula, na tarde de quinta-feira (10), militantes e representantes de movimentos sociais decretaram estado de “alerta”. O PT orientou os filiados do partido a fazerem "vigília" nos diretórios em apoio ao ex-presidente.
"Em virtude da volatilidade da conjuntura nacional se nota a necessidade urgente de solidariedade e companheirismo tanto ao ex-presidente Lula quanto a todos os nossos militantes e lideranças. O momento é de unidade", diz comunicado assinado pelo presidente nacional do partido, Rui Falcão.
Centrais sindicais e movimentos sociais acusam o Ministério Público a “incitar o ódio” e de provocar a militância às vésperas das manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, marcadas para este domingo, dia 13.
O pedido de prisão preventiva será analisado pela juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira, da 4ª Vara Criminal de São Paulo. Ainda não há data marcada para a Justiça decidir sobre o caso.
>> Veja a íntegra do pedido de prisão preventiva de Lula e mais seis pessoas
Deputados da oposição criticam pedido de prisão de Lula
O pedido do Ministério Público de São Paulo de prisão preventiva preventiva do ex-presidente Lula e de mais seis pessoas no caso do apartamento triplex, em Guarujá (SP), foi criticado por deputados da oposição por falta de elementos jurídicos que justifiquem a decisão.
O vice-presidente do PSDB e coordenador jurídico do partido, deputado Carlos Sampaio (SP), disse que os promotores foram precipitados ao fazer o pedido neste momento. "Com os elementos que eu detenho até agora, não havia razão para o pedido de prisão junto com a denúncia”, disse.
De acordo com o deputado, a justificativa apresentada pelos promotores para embasar o pedido não se mostrou factível. "Os elementos não me levam a crer que ele [Lula] está conturbando a instrução criminal, que ele está interferindo no processo penal", acrescentou Sampaio, que também é promotor de Justiça do Estado de São Paulo.
Dilma convoca ministros
A presidenta Dilma Rousseff se reuniu na noite desta quinta-feira (10) com o núcleo duro de seu governo. Os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, e da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo, conversam com a presidente no Palácio da Alvorada, em Brasília, ao lado do assessor especial de Dilma, Giles Azevedo. O encontro com os ministros, que começou por volta das 22h, não constava em sua agenda oficial.