O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou um depoimento na sede do Partido dos Trabalhadores em São Paulo, em que denuncia o espetáculo midiático envolvendo Polícia Federal e Ministério Público, e chama a atenção para a sua permanente disponibilidade para prestar esclarecimentos à justiça. Juristas destacaram em entrevistas que mandados de condução coercitiva se justificam quando a pessoa é intimada a depor e não comparece, o que não seria o caso do ex-presidente petista. A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (4) a 24ª fase da Lava Jato, com mandado de condução coercitiva contra o ex-presidente, que prestou depoimento.
"Nada disso diminui a minha vontade, pelo contrário, eles acenderam em mim a chama e a luta continua", destacou o ex-presidente. "Eu nunca em minha vida tive nada fácil, foi tudo muito difícil. E eu, agora que pensava que aos 70 anos de idade poderia me aposentar e apenas ser cabo eleitoral, acho que só existe uma intenção nesse comportamento da Justiça, nesse comportamento que foi colocado hoje pelo Ministério Público, que é muito grave."
Para o ex-presidente, trata-se agora de um processo em que "a pirotecnia vale mais do que qualquer coisa". "Vale mais é o show midiático do que a apuração séria."
O vídeo do pronunciamento foi feito por militantes que acompanham o ex-presidente e divulgado nas redes sociais. Lula lembrou que prestou um depoimento espontâneo no último dia 5 de janeiro, durante suas férias, e que, se a Polícia Federal quisesse ouvi-lo de novo, era só ter mandado um ofício.
"No dia 5 de janeiro, eu estava de férias, eu suspendi as férias para ir à Brasília prestar um depoimento à convite da Polícia Federal. Portanto, se o juiz Moro ou o Ministério Público quisesse me ouvir era só ter mandado um ofício, eu sempre fui prestar esclarecimento porque não devo e não temo", ressaltou.
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Confira o vídeo com o pronunciamento: