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"Não há a menor possibilidade de eu renunciar ou me licenciar", diz Cunha

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O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quarta-feira (7) que “não há a menor possibilidade" de ele renunciar ou se licenciar do cargo.

“Não há a menor possibilidade de eu renunciar, me licenciar, qualquer coisa do gênero”, enfatizou o peemedebista, no 27º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, ao ser questionado sobre ele renunciaria caso fosse comprovado que ele possui contas na Suíça.

A GloboNews informou na terça-feira que o Ministério Público (MP) da Suíça comunicou ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, sobre o congelamento das contas que ele e a família mantinham no país. Na última quarta-feira (30), os procuradores suíços enviaram ao Brasil os autos da investigação de Cunha por suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

Em nota divulgada na última sexta-feira (2), Cunha não disse textualmente que não possui contas no exterior, mas reiterou o teor do depoimento prestado à CPI da Petrobras em março, quando negou manter contas no exterior.

Na terça, o presidente da Câmara foi questionado sobre a confirmação das autoridades suíças de que ele foi informado do congelamento de suas contas, mas limitou-se a dizer que não falaria sobre o assunto.

Suposto operador do PMDB no esquema de corrupção que atuava na Petrobras, o engenheiro João Augusto Rezende Henriques afirmou em depoimento à Polícia Federal que fez uma transferência ao exterior para uma conta do presidente da Câmara.

Em julho, o ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo disse que foi pressionado por Cunha a pagar US$ 10 milhões em propina para que um contrato de navios-sonda da Petrobras fosse viabilizado. Do total do suborno, segundo o delator, o peemedebista disse que era "merecedor" de US$ 5 milhões. Outro delator, o lobista Fernando Baiano, também confirmou que o presidente da Câmara recebeu. 

Análise dos vetos

Sobre o exame dos vetos da presidenta Dilma Rousseff às propostas que aumentam despesas do governo, Cunha disse que o plenário está disponível para que o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL) possa convocar a sessão. Por falta de quórum, a sessão de ontem (6) foi adiada pela segunda vez e nova sessão foi marcada para esta quarta-feira, às 11h30. “Marcar uma sessão terça-feira, 11h30 da manhã, é não querer ter quórum. Hoje [7] existe quórum na Casa, se não votar é porque não existe vontade política”, disse Cunha.

O presidente da Câmara criticou a reforma ministerial feita pelo governo, já que, segundo ele, das dez mudanças feitas há apenas três ministros novos. Para Cunha, a reforma não agregou nenhum voto na Casa a favor do governo. “Aqueles que eram favoráveis continuaram favoráveis, aqueles contrários vão continuar contra”. E acrescentou: “Eu recomeçaria do zero, como se o primeiro dia do mandato fosse agora, e repactuaria o processo político”.

No 27º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, realizado pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Cunha falou sobre assuntos de interesse da radiodifusão, em tramitação na Câmara Federal.

Participantes do congresso analisaram a proposta de flexibilização do horário da Voz do Brasil. Para uma plateia de diretores de emissoras de rádio e TV, Cunha disse que é favorável à mudança e que pretende colocar o projeto na pauta de votação. “Tem alguns que acham que se flexibilizar, [as rádios] vão colocar [o programa] em horário que ninguém vai ouvir. Mas aquele que não quer ouvir já coloca um CD ou DVD. Talvez, com a flexibilização, aquele que quer ouvir não vai ter só um horário para fazer isso”, disse o presidente da Câmara.