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STF pede que MP se manifeste sobre oitiva de Lula e outros políticos

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Em decisão publicada nesta sexta-feira (18) relacionada ao inquérito 3.989, da Lava-Jato, o STF pede que o Ministério Público se manifeste sobre os requerimentos da Polícia Federal para ouvir o depoimento do ex-presidente Lula e outros políticos. 

Na tarde desta sexta-feira o pedido ainda não havia chegado ao Ministério Público Federal, e não há prazo para que este se manifeste. O posicionamento do procurador-geral da República, contudo, não deve demorar, e vai pautar a decisão do STF sobre o pedido.

>> Instituto Lula diz que ainda não teve acesso a relatório da Polícia Federal

No relatório, o delegado da PF Josélio Azevedo de Sousa afirma que não existem provas do envolvimento direto do ex-presidente no escândalo de corrupção, mas que a investigação precisa apurar se ele realmente não participou do esquema em curso na Petrobras, "obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu governo, com a manutenção de uma base de apoio partidário sustentada à custa de negócios ilícitos na referida estatal". 

O delegado ainda reconheceu que, embora o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa presumam que Lula tivesse conhecimento da corrupção existente na companhia, nenhum dos dois dispõe de elementos concretos que provem sua participação. 

A PF também quer ouvir outros políticos do PT: Rui Falcão, presidente da legenda; José Eduardo Dutra e José Gabrielli, ex-presidentes da Petrobras; José Filippi Jr., ex-tesoureiro das campanhas de Lula e Dilma Roussef; e os ex-ministros Ideli Salvatti, Gilberto Carvalho e José Dirceu. O depoimento de representantes do PMDB e PP, dentre eles os ex-ministros Francisco Dornelles e Mario Negromonte, também foi solicitado pelo delegado.     

O relatório ainda descarta a participação da presidente Dilma, em função de uma decisão já tomada pelo relator Teori Zavascki. "Esclarece-se, por fim, que a atual presidente da República, Dilma Vana Roussef, que ocupou os cargos de ministra de Minas e Energia (2003 a 2005), presidente do Conselho de Administração da Petrobras (2003 a 2010) e ministra-chefe da Casa Civil (1005 a 2010), não pode ser investigada pelos fatos ocorridos nesses períodos", pontua o texto.