Nesta sexta-feira (11), o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou que o rebaixamento da nota e perda do grau de investimento da Petrobras pela Standard & Poor's (S&P) é uma “questão passageira”, e que o governo está otimista de que “o pior já passou”.
“A nota em relação à Petrobras foi consequência da nota em relação ao país. Creio que isso é uma questão passageira. Estamos com números na Petrobras que estão cada vez mais robustos e melhorando (...). Portanto, estamos otimistas de que o pior já passou e que estamos diante de um processo efetivamente de recuperação e de fortalecimento da Petrobras ”, afirmou.
Questionado se a empresa passaria a ter dificuldades de captar investimento e empréstimos no exterior, o ministro disse que a Petrobras já declarou que toda sua demanda de financiamento está resolvida.
Braga reforlou que o rebaixamento foi uma consequência do orçamento apresentado pelo governo para 2016, com previsão déficit de R$ 30,5 bilhões. “Isso reforçará a necessidade de o governo brasileiro fazer não apenas os cortes que são necessários, além dos que já foram feitos, mas também estudar efetivamente quais são as novas fontes de receitas de que o país precisará para equilibrar o seu juste fiscal”, disse.
Na quinta-feira (10), a agência de classificação de risco Standard & Poor's retirou o grau de investimento da Petrobras e baixou a nota de outras empresas brasileiras, em consequência do rebaixamento da nota de crédito do país.
Petrobras: financiamentos não estão atrelados ao rating das agências de risco
A Petrobras disse na quinta-feira (10) que, a respeito da divulgação de seu novo rating pela agência Standard & Poor's, reitera que a financiabilidade dos projetos da estatal, no médio prazo, foi alcançada por meio de financiamentos captados este ano junto a instituições financeiras no Brasil e no exterior. A S&P rebaixou a nota da estatal em dois níveis, de 'BBB-' para 'BB', com perspectiva negativa.
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A companhia esclarece, ainda, que seus financiamentos não possuem cláusulas atreladas ao rating das agências classificadoras de risco. Ou seja, a reclassificação não provocará alterações nos contratos vigentes.
De acordo com a nota oficial, a Petrobras tem adotado um conjunto de medidas internas de melhoria de seus processos produtivos e de gestão de modo a reduzir custos e, com isso, conquistar maior competitividade.
"Até 2019, a companhia projeta obter redução de custos operacionais da ordem de US$ 12 bilhões. Dentre as medidas adotadas destacamos a redução do volume de investimentos (Capex) e a priorização do segmento de exploração e produção conforme previsto no novo Plano de Negócios", conclui a nota.