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MPF deve eleger Janot como cabeça da lista, diz ex-ministro Carlos Velloso

Jurista diz que Senado é uma instituição séria e investigações não devem interferir na escolha

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Um dos principais nomes da Operação Lava Jato e atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot deve liderar a lista tríplice dos indicados para a chefia do Ministério Público Federal (MPF) que será enviada à presidente Dilma Rousseff. Há quatro nomes sendo votados nesta quarta-feira (5) e na opinião de Carlos Mário da Silva Velloso, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Janot deve continuar em seu cargo pelos próximos dois anos, "porque afinal de contas, ele está fazendo um trabalho excelente", diz. 

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Os outros três nomes em disputa são dos subprocuradores-gerais Carlos Frederico Santos, Mario Luiz Bonsaglia e Raquel Elias Ferreira Dodge. A votação se estende até as 18h30 desta quarta-feira e 1.240 integrantes do MPF devem ir às urnas. Os nomes dos três mais votados serão enviados para Dilma, que deverá escolher até setembro quem comandará o MPF pelos próximos dois anos. 

O indicado pela presidente passará ainda por uma sabatina e uma votação secreta no Senado Federal, que tem 13 de seus integrantes sendo investigados na Operação Lava Jato. Para Velloso, todos os nomes são muito bons e honrariam o cargo, mas ele acredita que devido às circunstâncias e o trabalho realizado até agora, Janot deve ser o mais votado. 

O atual procurador-geral da República tem sofrido pressões e retaliações pelas medidas que tomou durante a Operação Lava Jato, colocando na mira das investigações políticos do Senado Federal. Mesmo assim, Velloso acredita que isto não irá interferir na votação da casa presidida por Renan Calheiros (PMDB-AL). 

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"O Senado é uma instituição séria. Mesmo que haja membros envolvidos [na Lava Jato], eles irão colocar em primeiro lugar a instituição. O Senado é uma casa de respeito e esta é uma decisão muito importante. Acho que não haveria interferência", afirmou o ex-ministro. 

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Também foi levantada a questão a respeito dos votos dos senadores para aprovação ou não do novo procurador-geral serem secretos. Velloso não vê problema e completa dizendo acreditar na "honorabilidade" dos integrantes da casa. 

*Do programa de estágio do JB