Em ofício enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, negou que esteja investigando o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O ofício foi uma resposta a questionamento do ministro Teori Zavascki, que pediu esclarecimentos sobre a citação ao nome de Cunha por parte do ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo, um dos delatores do caso.
Camargo disse, em delação premiada, que o presidente da Câmara pediu US$ 5 milhões em propina para viabilizar a contratação de navios-sonda por parte da Petrobras. Eduardo Cunha pediu então que a ação fosse paralisada e enviada ao Supremo, que é a instância competente para processar parlamentares.
No ofício enviado ao STF, Moro reitera várias vezes que Cunha já é investigado pelos mesmos fatos na própria Corte, em inquérito aberto no início de março a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O juiz argumentou também que não pode impedir que um depoente cite autoridades que só podem ser julgadas em instâncias superiores.
Moro diz ainda que a suspensão da ação penal em andamento não beneficiaria em nada Eduardo Cunha, já que ele não é parte no processo, mas, sim, os réus.