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Dono de Porsche apreendido diz que tomou "calote" de Collor

Por que o empresário não tomou medidas judiciais para garantir o pagamento do veículo?

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Um dos carros apreendidos nesta semana pela Polícia Federal (PF) na casa do senador Fernando Collor (PTB-AL), em Brasília, pertencia ao empresário alagoano Luiz Gustavo Malta Araújo, de 37 anos. Ou melhor, ainda pertence. De acordo com ele, o veículo foi vendido ao ex-presidente em 2013, mas até agora o valor não foi quitado. Dos R$ 550 mil combinados, faltam R$ 300 mil. As informações são do jornal O Globo.

Essa informação é, no mínimo, estranha. Por que o empresário alagoano, decorridos dois anos, não tomou qualquer medida judicial para garantir o pagamento do veículo, ou recuperar a sua posse?

Segundo a publicação, Malta comprou o Porsche no fim de 2011. Ele foi importado dos Estados Unidos e colocado no nome de seu posto de gasolina, o GM Comércio de Combustíveis, em Maceió. Em 2013, emprestou-o para um amigo, que coincidentemente era assessor de Collor. Quando o senador viu o veículo, demonstrou interesse em adquiri-lo. Mediante contrato, o empresário, então, o repassou para a TV Gazeta, afiliada da TV Globo em Alagoas da qual o ex-presidente é sócio.

Ele havia comprado o Porsche por R$ 400 mil e o vendeu por R$ 550 mil. O valor seria dado em um apartamento e um lote em um condomínio de Maceió. O imóvel (de R$ 150 mil) foi dado, mas o lote não. Malta pressionou e disse ter recebido R$ 100 mil em dinheiro, em duas prestações.

De acordo com O Globo, o carro continua no nome do posto de gasolina. Curiosidade: a mãe do alagoano é prima distante de Rosane, ex-mulher de Collor, mas ele garante que nunca teve contato com o político. "Estou levando um calote. Entrei nessa 'bonita' e nunca dei nem um aperto de mão nesse Collor. Nunca nem votei nele. Essa culpa eu não carrego", disse ao jornal.

Procuradas, as assessorias da TV Gazeta e do senador não responderam às acusações.