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Comissão de Justiça realiza na quarta duas sabatinas de indicados ao CNJ

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A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) deve examinar, nesta quarta-feira (1º), duas indicações ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para o biênio 2015-2017. Uma delas, a do advogado José Norberto Lopes Campelo, foi feita pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A outra, a da juíza federal Daldice Maria Santana de Almeida, foi enviada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ambos enfrentarão sabatina na CCJ e, caso sejam aprovados, terão seus nomes submetidos a votação no Plenário do Senado.

O advogado José Norberto Lopes Campelo está inscrito na OAB, seccional Piauí, desde 1994. É sócio de escritório de advocacia e presta assessoria administrativa e judicial a empresas, entidades civis, municípios e pessoas físicas junto a tribunais e órgãos públicos. É também conselheiro federal da OAB e preside, desde 2013, a Comissão Especial de Direito Eleitoral da Ordem.

Impugnação

Ao elaborar relatório sobre a indicação de José Norberto Campelo, o senador Benedito de Lira (PP-AL) registrou a apresentação de pedido de impugnação da iniciativa pelo também advogado piauiense Gerson Gonçalves Veloso. Quatro argumentos foram levantados por Veloso para tentar inviabilizar o processo.

Em primeiro lugar, foi feita denúncia de que o escritório de advocacia de Campelo manteria contratos sem licitação com municípios do Piauí. Em sua defesa, o advogado disse que a contratação de serviços desta natureza por dispensa de licitação está coberta pela legislação.

Veloso questionou, em seguida, o suposto pagamento de serviços ao escritório do indicado ao CNJ com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e para a Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Esse desvio também foi contestado por Campelo, que afirmou ter sempre sido pago com recursos próprios dos municípios contratantes.

Outra alegação de Veloso é de que o indicado não teria se afastado da função de advogado da Associação Piauiense de Magistrados para pleitear o posto no CNJ. Apesar de garantir não exercer, hoje, qualquer cargo incompatível com sua atuação profissional, Campelo decidiu, após a escolha de seu nome pelo Conselho Federal da OAB, rescindir o contrato com a entidade citada para evitar “especulações indevidas”.

Por fim, Veloso colocou em dúvida o “notório saber jurídico” do indicado, mas não teria apresentado argumentos para embasar as afirmações. Na avaliação de Benedito de Lira, o currículo de Campelo vai em sentido contrário a esse questionamento.

“Em face da impugnação e da defesa apresentadas, da análise que delas efetuamos e à luz da Constituição Federal, do Regimento Interno do Senado Federal e demais normas pertinentes, a nossa conclusão é no sentido de que não deve prosperar a impugnação apresentada ao nome do presente indicado pelo Conselho Federal da OAB, José Norberto Lopes Campelo, para compor o Conselho Nacional de Justiça”, avaliou Benedito de Lira no relatório.

Conciliação

A CCJ também vai ouvir nesta quarta (1º) a juíza federal Daldice Almeida, integrante do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, com sede em São Paulo. Além de ter recebido três vezes o prêmio Conciliar é Legal, concedido pelo CNJ, a magistrada coordenou a elaboração do Manual de Conciliação da Justiça Federal da 3ª Região, publicado em 2013.

Ela também é autora dos artigos TRF da 3ª Região: a conciliação no âmbito da Justiça Federal em São Paulo e Mato Grosso do Sul, publicado na Revista Letrado, do Instituto dos Advogados de São Paulo, e A crise do Sistema Financeiro da Habitação e a resolução consensual dos conflitos: uma política voltada à concretização do direito à moradia, que integra o livro Justiça Federal: inovações nos mecanismos consensuais de solução de conflitos, publicado pela Editora Gazeta Jurídica. Daldice Almeida recebeu, ainda, moções das Câmaras Municipais de Americana e Palmital por procedimentos de conciliação na competência delegada.