O presidente da República em exercício, Michel Temer, disse nesta segunda-feira que o governo está “tranquilíssimo” com as investigações da Operação Lava Jato. Segundo ele, o Palácio do Planalto, inclusive, incentiva os trabalhos da Polícia Federal que levaram dirigentes de empreiteiras à prisão.
"Tranquilíssimo. Não apenas tranquilo como incentivando (as investigações)”, disse Michel Temer, em Brasília, ao sair de um evento do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre “boa governança”. “Você sabe que a competência da Polícia Federal de um lado, o Ministério Público de outro, o Congresso Nacional fazendo sua parte com a CPI, de modo que o governo está tranquilo. De todas as palavras da presidente e de todos os órgãos do governo é no sentido de incentivar as investigações”.
Antes do evento, Temer recebeu do presidente do TCU, Augusto Nardes, a sugestão de que poderia haver uma repactuação dos atuais contratos com empresas sob suspeita para evitar que obras parem no Brasil. Dessa forma, as empreiteiras eliminariam sobrepreços para concluir obras em andamento.
“Penso que pode haver uma repactuação para eliminar exageros e que a eventual inidoneidade se dê em relação ao futuro, e não ao contrato atualmente existente”, explicou o peemedebista, que assumiu a presidência em razão da viagem de Dilma Rousseff à Austrália, para participar de reunião do G20.
O presidente do TCU disse que as empresas têm mostrado “boa vontade” nas auditorias já realizadas pelo órgão. “Há uma boa vontade. Parar as obras como um todo causaria um grande prejuízo para à nação. Como consequência, faríamos uma economia para o erário”, disse. “Parar obras gera desempregos. Temos que ter um cuidado muito grande.”
Fernando Baiano
Michel Temer, que é presidente nacional do PMDB, negou qualquer relação institucional do partido com Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, procurado pela Polícia Federal. Ele é apontado como operador do partido para o esquema da Lava Jato.
“Não tem relação nenhuma com o PMDB, ele pode ter eventualmente relação com ou outro membro do PMDB. Institucionalmente jamais houve qualquer operador do partido”, disse.