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Enem: nota final não considera apenas número de erros e acertos em cada prova

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Com muitas fórmulas de matemática, elementos químicos e regras gramaticais para estudar para as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014, nem sempre os candidatos se interessam em saber como é feita a correção das provas objetivas e da redação.

Para a prova objetiva, a correção usa a metodologia da Teoria de Resposta ao Item (TRI), em que o valor de cada questão varia conforme o percentual de acertos e erros dos estudantes naquele item. Assim, uma questão que grande parte dos candidatos acertou será considerada fácil e, por essa razão, valerá menos pontos. Já o estudante que acertar um item com alto índice de erros ganhará mais pontos.

Dessa forma, não é possível calcular a nota final apenas contabilizando o número de erros e acertos em cada uma das provas. Um candidato que acerta o mesmo número de questões que outro não terá necessariamente a mesma pontuação. O estudante só tem como saber a nota final no Enem quando todos esses aspectos forem avaliados.

A correção da redação é mais simples e passou por mudanças no ano passado, já que na prova de 2012 um candidato obteve a nota máxima na redação, mesmo com a inserção de um trecho de receita de macarrão instantâneo no texto. O Ministério da Educação (MEC) definiu que se forem inseridos trechos indevidos, o candidato será eliminado.

A redação é avaliada por dois corretores, sem que um saiba a nota atribuída pelo outro. No texto, são consideradas cinco competências: domínio da norma culta da língua portuguesa, compreensão e desenvolvimento do tema usando várias áreas do conhecimento; defesa de um ponto de vista; argumentos e proposta de intervenção para o problema e respeito aos direitos humanos, segundo o Guia de Redação para o Enem.

O corretor deverá atribuir nota de 0 a 200 para cada uma das competências. A soma (da pontuação de cada competência) vai resultar na nota total, que pode chegar a 1.000 pontos. A nota final do candidato será a média aritmética das notas totais concedidas pelos dois avaliadores.

Se entre as notas totais dos dois corretores houver diferença superior a 100 pontos ou de mais de 80 pontos em qualquer uma das cinco competências, a redação segue para um terceiro avaliador. Nesse caso, a nota final será a média aritmética das duas notas totais que mais se aproximarem. No caso de a discrepância continuar depois da terceira avaliação, a redação será corrigida por uma banca com três professores, que vai dar a nota final.

A diferença de 100 pontos que leva a correção do texto para um terceiro avaliador é uma das mudanças que passaram a vigorar no ano passado. Antes, a diferença era 200 pontos.

Desde o Enem de 2012, o estudante pode ter acesso ao texto da redação corrigido para fins pedagógicos, ou seja, apenas para ver como foi a correção por competência. Assim, o candidato não pode questionar a correção e pedir a revisão da nota, de acordo com o edital do exame.

A redação deve ser um texto argumentativo e dissertativo de, no máximo, 30 linhas. Ao escrever o texto, o candidato precisa defender uma opinião sobre o tema apoiada em argumentos consistentes e, por fim, elaborar uma proposta de intervenção social para o problema apresentado.

As provas do Enem serão aplicadas nos dias 8 e 9 de novembro. O exame tem 8,7 milhões de inscritos.