A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes ouvirá nesta terça-feira (5) a mãe de uma adolescente de 16 anos que estaria sendo explorada sexualmente em uma boate que funcionava perto dos canteiros de obras da Usina de Belo Monte, próximo a Altamira, no Pará. De acordo com denúncia sobre o caso, a menina fugiu da boate. A Polícia Federal desbaratou a quadrilha que estaria fazendo tráfico humano com fins de exploração sexual e prendeu o gerente e o capataz do estabelecimento.
O requerimento para ouvir a mãe da menina foi feito pela relatora da comissão, deputada Liliam Sá (PSD-RJ).
Além da mãe da vítima, também amanhã a CPI ouvirá o depoimento da conselheira tutelar de Altamira, Lucenilda Lima, que recebeu a denúncia de que 12 adolescentes, entre eles a menina que fugiu da boate, estariam sendo explorados ali, após terem sido traficados para o local de Santa Catarina. As vítimas seriam aliciadas com a promessa de uma renda de R$ 14 mil por semana, mas ao chegarem no Pará eram mantidas em regime de cárcere privado, vigiadas por capangas armados.
"Elas ficavam trancadas em quartos sem ventilação, e já chegavam devendo R$ 3 mil da passagem aérea", contou a conselheira a um portal de notícias da internet. Este caso também vem sendo investigado pela CPI do Tráfico de Pessoas.
Bancos
A CPI da exploração também aprovou requerimentos convocando os representantes dos gestores diretamente envolvidos nas ações governamentais para a Copa do Mundo de 2014, além de representantes de Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, para debater o financiamento das grandes obras do governo federal e os custos sociais gerados por elas, como as violações de direitos de crianças e adolescentes nos locais dessas construções.
A preocupação dos deputados é que não se repita o que aconteceu em Belo Monte, onde mais de 30 pessoas, entre adolescentes e adultos, eram mantidas em cárcere privado e foram resgatados pela polícia após denúncia do conselho tutelar.