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Mensalão: Advogado de Cristiano Paz traça o seu perfil de publicitário criativo 

Réu era sócio de Valério na SMP&B 

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O advogado Castellar Guimarães Neto, patrono do réu Cristiano Paz — acusado pelo Ministério Público de controlar as ações da empresa SMP&B juntamente com Marcos Valério, e de com ele assinar os cheques destinados aos partidos políticos — iniciou nesta terça-feira o segundo dia destinado à defesa dos réus do mensalão, no plenário do Supremo Tribunal Federal. O empresário-publicitário foi enquadrado na Ação Penal 470 nos crimes de quadrilha, corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

>> Consulte o quadro com os 38 réus, crimes e penas previstas   

Em sustentação oral de 40 minutos (20 minutos a menos do que o tempo máximo permitido), o defensor de Cristiano Paz procurou desqualificar as acusações do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de que o réu tivesse alguma função “administrativa” na SMP&B, da qual foi fundador e sócio, mas atuante, apenas, no comando da área de criação. O advogado informou que seu cliente — “publicitário de grande renome, detentor do título de publicitário do ano mais de uma vez “— passou a trabalhar, a partir de 2005, na empresa Filadélfia, criada pelo seu filho, profissional do mesmo ramo.

“Conceito inabalado”

Ainda de acordo com Castellar, Cristiano Paz manteve “inabalado o conceito de homem de criação junto aos meios de comunicação, e a atual empresa em que trabalha não tem nenhuma conta pública”. Sempre sublinhando que a atividade do réu — hoje com 60 anos, sempre em Belo Horizonte — sempre foi na área criativa, o advogado acrescentou que, em depoimento constante dos autos da AP 470, o também réu Duda Mendonça disse não conhecer pessoalmente Cristiano, já que, “com o seu perfil de criação”, nunca participou de qualquer atividade administrativa da SMP&B.

O advogado chegou a enxugar com o lenço algumas lágrimas ao afirmar que, na denúncia, há “menção equivocada” à participação de Cristiano Paz, também, na empresa DNA, da qual Marcos Valério era diretor-financeiro. Ele disse que seu cliente e Ramon Hollerbach eram concorrentes da DNA nas suas respectivas empresas de publicidade.

O advogado de Cristiano Paz concluiu a sustentação assegurando não haver provas da participação do réu no suposto esquema do mensalão. “Não há provas. Quer na longa denuncia do MPF quer nas alegações finais não está uma vez sequer demonstrada a intenção de se individualizar a conduta atribuída a Cristiano. Ele foi, sim, sócio de Marcos Valério na SMP&B, e só por isso está no processo. Não houve nenhuma pergunta do MPF às testemunhas arroladas sobre a atuação específica de Cristiano”.