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Laudo do IML revela que executivo da Yoki foi decapitado ainda vivo

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Um laudo que faz parte do inquérito que apura a morte do empresário Marcos Matsunaga, diretor-executivo do grupo Yoki, revela que a vítima foi decapitada ainda viva. Nesta quinta-feira (14), a polícia entregou o inquérito à Justiça de Cotia, na Grande São Paulo, com um pedido de prisão preventiva para que Elize Matsunaga fique na cadeia até o julgamento.

O laudo dos peritos mostra ainda que Marcos estava abaixado quando foi baleado pela mulher. Os vestígios de pólvora no rosto da vítima, vindos da arma, indicam que a distância era curta.

O juiz Théo Assuar Gragnano, da Vara Criminal de Cotia (SP), declinou da competência e encaminhou o inquérito sobre a morte de Marcos Matsunaga para a Justiça de São Paulo. O documento foi entregue a Gragnano nesta quinta-feira pelo delegado Jorge Carrasco, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

De acordo com o juiz, os elementos indicam que o crime foi consumado na capital paulista. Para ele, apenas o crime de ocultação de cadáver foi praticado em Cotia. "Os dois delitos são evidentemente conexos e, sendo assim, tem preponderância o lugar da infração à qual for cominada a pena mais grave", alegou.

Executivo da Yoki, Marcos Kitano Matsunaga, 42 anos, foi considerado desaparecido em 20 de maio. Sete dias depois, partes do corpo foram encontradas em Cotia, na Grande São Paulo. Segundo a investigação, o empresário foi assassinado com um tiro e depois esquartejado. Principal suspeita de ter praticado o crime, a mulher dele, a bacharel em Direito e técnica em enfermagem Elize Araújo Kitano Matsunaga, 38 anos, teve a prisão temporária decretada pela Justiça no dia 4 de junho. Ela e Matsunaga eram casados há três anos e têm uma filha de 1 ano. O empresário era pai também de um filho de 3 anos, fruto de relacionamento anterior.

De acordo com as investigações, no dia 19 de maio, a vítima entrou no apartamento do casal, na zona oeste da capital paulista e, a partir daí, as câmeras do prédio não mais registram a sua saída. No dia seguinte, a mulher aparece saindo do edifício com malas e, quando retornou, estava sem a bagagem. Durante perícia no apartamento, foram encontrados sacos da mesma cor dos utilizados para colocar as partes do corpo esquartejado do executivo. Além disso, Elize doou três armas do marido à Guarda Civil Metropolitana de São Paulo antes de ser presa. Uma das armas tinha calibre 380, o mesmo do tiro que matou o empresário.

Em depoimento dois dias depois de ser presa, Elize confessou ter matado e esquartejado o marido em um banheiro do apartamento do casal. Ela disse ter descoberto uma traição do empresário e que, durante uma discussão, foi agredida. A mulher ressaltou ter agido sozinha.