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Brasil e Venezuela fazem treinamento conjunto de combate a crimes  

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O céu na fronteira de Roraima anda movimentado esta semana. Brasil e Venezuela treinam em conjunto, na área de aproximadamente 700 km de fronteira entre os dois países, o combate ao tráfego de aeronaves supostamente envolvidas em atividades ilícitas.

A sexta edição da operação, denominada Venbra, acontece até 25 de maio. Durante cinco dias atuarão lado a lado 13 aeronaves da Aviação Militar Bolivariana (AMB) da Venezuela, e oito aeronaves brasileiras com mais de 50 militares. Segundo a Base Aérea, a frota do Brasil é nova e todas as aeronaves foram adquiridas a partir de 2005.

Durante os exercícios de simulação serão empregadas aeronaves-alvo militares como se fossem tráfegos ilícitos. Os aviões cruzam uma linha de fronteira fictícia estabelecida entre Brasil e Venezuela, nos dois sentidos. Para localizá-los, serão empregados radares e ações para interceptar aeronaves dos dois países.

"Temos nossas fronteiras vigiadas e atendemos à necessidade de segurança do espaço aereo brasileiro. A sociedade sabe que pode contar com a Força Aérea para sua proteção", disse o Major Rodrigo José Fontes de Almeida, da comunicação social. Quando questionado sobre o fato do Brasil estar fazendo treinamento com a Venezuela, um país com uma ditadura contrária à política das Américas, o major explicou que "não cabe a Força Aérea julgar politicas de países externos".

O militar acrescentou ainda que serão adotadas as Medidas de Policiamento do Espaço Aéreo, que consistem, basicamente, em verificar qual o tipo de aeronave, a sua matrícula, a sua procedência, o seu destino e o que está sendo transportado. As aeronaves "caçadoras", neste caso, fazem o reconhecimento a distância, acompanhamento, verificação de rota e um possível pouso obrigatório. "É um longo processo até o tiro de aviso e o tiro de detenção", disse.

O principal objetivo da operação é treinar pilotos e controladores de voo, estabelecendo procedimentos para ter mais eficácia no combate ao tráfico de ilícito transnacional, com a cooperação entre os órgãos de Defesa Aérea do Brasil e da Venezuela.

Além da Venezuela, o Brasil mantém parcerias com seus países fronteiriços. Já foram realizadas operações militares com a Argentina, Colômbia, Peru e Paraguai, que enfrentam problemas parecidos, sobretudo, envolvendo o tráfico internacional de drogas. Os demais países sul-americanos participam apenas como observadores.