Acontece neste domingo (20), em São Paulo, o ato público #VetaTudoDilma, que pede o veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto do novo Código Florestal. São esperadas mais de 1.500 pessoas, entre representantes de movimentos sociais, ONG’s, estudantes, cientistas e personalidades que aderiram à campanha. A concentração acontecerá às 10h, em frente ao Monumento às Bandeiras, do lado de fora do Parque Ibirapuera, e contará com grupo de percussão, pedágio ecológico e caminhada no parque.
A mobilização é uma realização da Fundação SOS Mata Atlântica, com apoio dos comitês em Defesa das Florestas nacional e paulista, coalizões formadas por centenas de organizações da sociedade civil brasileira.
Para o diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, a aprovação do Código Florestal vai na contramão da opinião pública. “Com a Avaaz (comunidade de mobilização online), chegamos a 1,8 milhão de assinaturas contrárias a esta aprovação. Portanto, a mobilização de amanhã não é geograficamente localizada, é uma campanha nacional e internacional, uma atitude de cidadania.”
Para participar da ação, a Fundação SOS Mata Atlântica pede que os manifestantes vistam camiseta verde e levem suas bandeiras e cartazes. Para assinar a petição online que pede o veto da presidente, basta acessar https://www.avaaz.org/po/brasil_veta_dilma/?sbc.
Aprovado pela Câmara dos Deputados em 25 de abril, o projeto está agora no Palácio do Planalto, onde pode ou não ser sancionado pela presidente. Dilma tem até o dia 25 de maio para vetar integralmente ou em partes esse texto do Código Florestal, que prejudica e muito a proteção do meio ambiente e das florestas. O texto aprovado também promove anistia a quem desmatou, beneficiando quem descumpriu a lei, e incentiva novos desmatamentos.
“O objetivo deste ato é mostrar o descontentamento e a reprovação a este texto que não acolheu a manifestação da sociedade, de lideranças e da comunidade científica. Convidamos as pessoas a participarem da mobilização, pois a mudança dessa lei vai afetar a todos, independente de onde moram. É uma lei para o Brasil e não para ambientalistas ou ruralistas”, destaca Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da SOS Mata Atlântica.
Desde o lançamento do primeiro relatório da alteração do Código Florestal, a SOS Mata Atlântica e diversas organizações vêm se mobilizando para o debate e acompanhamento do tema.
Em 7 de abril de 2011, aconteceu, em Brasília, o Ato Público “Marcha dos trabalhadores em defesa do Código Florestal, contra o Uso de Agrotóxicos e pela Reforma Agrária”. Nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, mobilizações foram realizadas simultaneamente, no dia 5 de maio.
Há um ano, durante o Viva a Mata 2011, a SOS Mata Atlântica promoveu uma manifestação no Parque Ibirapuera, semelhante à ação de 2012. Entre as ONGs que participaram da mobilização estavam WWF Brasil, Greenpeace, Pau Brasil, Ecosurfi, Reserva da Biosfera, Amigos do Futuro e Instituto Anendeporâ, entre outros.
Em 7 de junho do mesmo ano, foi lançado o Comitê de Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, que possui braços regionais em Estados do país. Paralelamente, a campanha #florestafazadiferença foi divulgada pelas redes sociais, promovendo a mobilização da população com campanhas que envolvem também a participação de artistas engajados no tema.
Já a campanha nacional “Mangue Faz a Diferença” foi lançada em janeiro deste ano para alertar e mobilizar a sociedade sobre o impacto das alterações do Código Florestal nos manguezais. A iniciativa foi da Fundação SOS Mata Atlântica, em parceria com dezenas de organizações de todo o país. Em um mês e meio de atividades foram realizadas 37 mobilizações em 13 Estados brasileiros (CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA, ES, RJ, SC, PR, SP e RS), mais o Distrito Federal. Um total de 87 instituições aderiu à iniciativa e as manifestações da campanha alcançaram pelo menos 50 mil pessoas em todo o País.
“Todas essas manifestações que têm acontecido ao longo dos últimos meses só confirmam que a sociedade é contra o novo Código. Todos vão se encontrar na manifestação de amanhã para passar o recado de apoio ao veto e fortalecer a tomada de decisão da presidente Dilma”, afirmou Beloyanis Monteiro, coordenador de voluntariado e mobilização da SOS.