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Caso Eloá: Júri responde a 49 questões para decidir futuro de Lindemberg

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Os sete jurados que participam do julgamento de Lindemberg Alves Fernandes, responderão nesta quinta-feira a 49 perguntas elaboradas pela juíza Milena Dias, sobre os 12 crimes pelos quais o réu é acusado - entre eles o assassinato de Eloá Pimentel e a tentativa de homicídio contra Nayara Rodrigues. Mais cedo, a promotora Daniela Hashimoto e a advogada Ana Lúcia Assad defenderam suas teses por cerca de três horas, mas a promotora dispensou réplica e encerrou os debates. A sentença deve sair ainda hoje.

Enquanto respondem aos questionamentos, os jurados ficarão confinados em uma sala secreta, no Fórum de Santo André, para onde foram levados por volta das 15h40 - não há um prazo para que a votação termine.

Os jurados deverão responder apenas com as palavras "sim" ou "não", e não podem se comunicar uns com os outros. O papel com as respostas será depositado em uma urna.

Somente após a votação do júri, com as respostas dos jurados em mãos, a juíza vai elaborar a sentença e decidir a pena do réu, que será divulgada em seguida no plenário do fórum. Ao todo, são 12 séries de perguntas, uma para cada crime de que ele é acusado.

A primeira série é sobre o homicídio de Eloá Pimentel:

1) A vítima sofreu disparo de arma de fogo?

2) O réu foi o autor do disparo? 

3) Foi por imprudência? 

4) O jurado absolve o réu? 

5) Foi por motivo torpe (por vingança)? 

6) O crime foi praticado mediante recurso que dificultou defesa da vítima?

A segunda é em relação à tentativa de homicídio contra Nayara

1) A vítima sofreu disparo de arma de fogo? 

2) O réu foi autor do disparo? 

3) Foi tentativa de homicídio? 

4) O jurado absolve o réu? 

5) Foi por motivo torpe (por vingança)? 

6) o crime foi praticado mediante recurso que dificultou defesa da vítima?

A terceira série refere-se à tentativa de homicídio contra o sargento Atos Valeriano, da Polícia Militar

1) A vítima sofreu disparo de arma de fogo? 

2) O réu foi autor do disparo? 

3) Foi tentativa de homicídio? 

4) O jurado absolve o réu? 

5) Ele atirou para assegurar a prática de outros crimes?

São mais cinco séries de perguntas sobre o cárcere privado de Eloá, Iago Vilela, Victor Lopes e Nayara - no último caso, são duas séries de perguntas iguais, pois Nayara voltou ao cárcere após ter sido solta:1) A vítima foi privada de sua liberdade, ficando em cárcere privado? 2) O réu foi responsável pelo cárcere privado? 3) O jurado absolve o réu? 4) A vítima era menor de idade?

Sobre os quatro disparos de armas de fogo - são quatro séries de perguntas, uma para cada disparo:

1) Houve disparo de arma de fogo em lugar habitado? 

2) O réu foi autor do disparo? 

3) O jurado absolve o réu?

O mais longo cárcere de SP

A estudante Eloá Pimentel, 15 anos, morreu em 18 de outubro de 2008, um dia após ser baleada na cabeça e na virilha dentro de seu apartamento, em Santo André, na Grande São Paulo. Os tiros foram disparados quando policiais invadiam o imóvel para tentar libertar a jovem, que passou 101 horas refém do ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes. Foi o mais longo caso de cárcere privado no Estado de São Paulo.

Armado e inconformado com o fim do relacionamento, Lindemberg invadiu o local no dia 13 de outubro, rendendo Eloá e três colegas - Nayara Rodrigues da Silva, Victor Lopes de Campos e Iago Vieira de Oliveira. Os dois adolescentes logo foram libertados pelo acusado. Nayara, por sua vez, chegou a deixar o cativeiro no dia 14, mas retornou ao imóvel dois dias depois para tentar negociar com Lindemberg. Entretanto, ao se aproximar do ex-namorado de sua amiga, Nayara foi rendida e voltou a ser feita refém.

Mesmo com o aparente cansaço de Lindemberg, indicando uma possível rendição, no final da tarde no dia 17 a polícia invadiu o apartamento, supostamente após ouvir um disparo no interior do imóvel. Antes de ser dominado, segundo a polícia, Lindemberg teve tempo de atirar contra as reféns, matando Eloá e ferindo Nayara no rosto. A Justiça decidiu levá-lo a júri popular.