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Com chegada de militares, sábado é menos tenso em Salvador 

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Salvador - Depois de uma noite de sexta-feira em que muitos bares não abriram, diversos eventos culturais foram cancelados e os moradores de Salvador preferiram ficar em casa, a tarde deste sábado foi mais calma na cidade, com as praias cheias e mais de 1,4 mil militares e homens da Força Nacional fazendo a segurança da população enquanto parte do efetivo da Polícia Militar está em greve.

A professora gaúcha Maria Janete Eloy, que tomava banho de mar na praia do Porto da Barra, contou ter ficado presa dentro de um ônibus quando alguns policiais militares armados interditaram a avenida Paralela, na última quarta-feira. "Cheguei em Salvador justo nesse dia e, no trajeto do aeroporto ao hotel, ficamos mais de três horas parados no trânsito, apenas ouvindo na rádio que 30 homens armados encapuzados impediam a passagem dos carros. Foi muito aterrorizante. Hoje resolvi vir à praia, mas vou embora em poucos dias, com a sensação de que não conheci Salvador, porque não quero sair da Barra", afirmou a professora.

A cobradora de ônibus Islaine Batista também estava no incidente na avenida Paralela. Chocada com o que viu, ela só decidiu sair de casa para se distrair com a chegada dos militares. "Foi uma situação de pânico total. Engarrafamento, todo mundo gritando, gente descendo do ônibus, dizendo que ia voltar para casa a pé. Hoje, me senti mais segura para vir à praia, porque vi homens e carros do Exército", disse a cobradora.

A professora Dirlei Dias, de Porto Alegre, visita a capital baiana desde 1979 e afirmou nunca ter presenciado a cidade em uma situação de insegurança semelhante. "Pela primeira vez fiquei muito preocupada com Salvador. Meus parentes ligam a todo o momento, querendo saber notícias. Os lugares estão vazios. Apenas hoje me animei a sair", contou.