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TSE confirma rejeição em plebiscito à divisão do Pará

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Os presidentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, e do Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA), Ricardo Nunes, anunciaram oficialmente, em entrevista coletiva em Belém, que no plebiscito de hoje (11) os eleitores rejeitaram a divisão do estado em três unidades federativas.

Pouco depois das 20h, já era possível confirmar, matematicamente, a decisão dos eleitores que foram às urnas opinar sobre a divisão do estado.

Os eleitores responderam a duas perguntas: 'Você é a favor da divisão do Estado do Pará para a criação do Estado do Carajás?' e 'Você é a favor da divisão do Estado do Pará para a criação do Estado do Tapajós?'. Com o resultado contrário a criação das novas unidades da federação, o Congresso deve abandonar o projeto.

Campanha como famosos e tapas na cara

A campanha pelo "Sim" contou com o publicitário baiano Duda Mendonça, responsável por campanha exitosas de Lula e Paulo Maluf, as que resolveu se afastar dos holofotes após envolvimento no escândalo do mensalão em 2005. Ele teria assumido o marketing da campanha sem cobrar nada.

No começo, a discussão sobre funcionaria a divisão de recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE) com a criação dos novos Estados tomou corpo, mas logo o espaço foi tomado por canções sentimentais. Metade do programa do dia 18 de novembro foi dedicado exclusivamente aos temas musicais.

A reta final da campanha, a frente favorável a divisão usou imagens de pessoas levando um tapa no rosto, como símbolo do abandono ao qual estaria submetido o interior do Estado.

A campanha da frente contrária à criação dos Estados de Carajás e Tapajós recebeu apoio de diversas celebridades paraenses como a cantora Fafá de Belém e a atriz Dira Paes, que não cobraram cachê. O vídeo com o choro de Dira foi bastante usado na campanha, e Fafá usou o Twitter para defender a manutenção do Pará como está. Outro que se empenhou na campanha foi o jogador Paulo Henrique Ganso, do Santos, que doou camisetas autografadas para ajudar na campanha pelo "Não".

Mas não foram todos os famosos que se colocaram contrários à divisão, o cantor Beto Barbosa, conhecido como rei da lambada, na década de 90, defendeu a criação dos novos Estados dizendo que o interior do Estado vive na escuridão da selva.

Tapajós

Caso tivesse sido criado, o Estado do Tapajós teria uma área total de 736 km², 58% da área total do Pará, com uma população de 1,3 milhão de habitantes, divididos em 27 municípios, sendo que a cidade de Santarém, com Produto Interno Bruto de R$ 7,6 bilhões, seria a possível capital do novo Estado.

Argumentos

O principal argumento daqueles que eram favoráveis à divisão é o tamanho do Estado, o que tornaria inviável a administração e a economia. Durante a campanha, o presidente da Frente Pró-Tapajós, deputado federal Joaquim de Lira Maia (DEM-PA), dizia que era uma questão estratégica e citava a citava a divisão dos Estados do Mato Grosso, em 1977, e Goiás, em 1988, como exemplos bem sucedidos.

Já os que defendiam a manutenção do Estado como é atualmente, argumentavam que a divisão acarretaria em perda de riquezas, incluindo mineradoras e a hidrelétrica de Tucuruí. A frente contra a criação das duas novas unidades questionava a viabilidade econômica da empreitada, já que seriam necessários R$ 5 bilhões para a construção da nova estrutura burocrática.

Com Portal Terra