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Polícia reduz fiança de estudantes da USP para um salário mínimo

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A Polícia Civil de São Paulo reduziu o valor da fiança estipulada para os alunos que descumpriram a ordem judicial de deixar o prédio da reitoria da Universidade de São Paulo (USP) até as 23h da última segunda-feira. De acordo com o delegado Edvaldo Faria, do 91º DP, o valor antes, que era de R$ 1.050 e podia chegar a R$ 50 mil, ficou agora em um salário mínimo. Os 73 acadêmicos terão que desembolsar uma quantia total de R$ 39.785.

"Analisando a situação econômica dos estudantes, decidimos estipular um valor único para a fiança, de R$ 545, equivalente a um salário mínimo", afirmou. Eles foram indiciados por desobediência à ordem da Justiça e dano ao patrimônio público. Após a ação de reintegração de posse do prédio da reitoria da USP, os estudantes que invadiram o local foram encaminhados para o 91º DP.

No prédio invadido, os policiais encontraram objetos danificados e pichações. "Foram encontradas câmeras danificadas, portas arrombadas e pichações nas paredes", relatou o coordenador da Central de Flagrantes do 91º DP, José Carlos Gambarini, que esteve no prédio da reitoria da USP. Ainda foram encontradas garrafas de bebidas, fogos de artifícios e coquetéis molotov no interior do prédio invadido pelos alunos.

Reintegração

A Polícia Militar chegou à universidade e cercou o prédio da reitoria por volta das 5h para cumprir a ordem judicial de reintegração de posse do imóvel. O prazo para a desocupação estipulado pela Justiça já havia se esgotado, e o emprego da força policial estava autorizado desde as 23h.

Inicialmente não houve enfrentamento entre estudantes e os policiais do Batalhão de Choque. Pelo menos três estudantes foram detidos ao tentar furar o bloqueio policial e entrar de volta na reitoria. Os policiais impediram o retorno apenas com os escudos, sem o uso de cassetetes ou bombas de gás.

Histórico

A invasão aconteceu por parte de um grupo descontente com a resultado de uma votação em assembleia que decidiu, na terça-feira, por 559 votos a 458, encerrar a ocupação do prédio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). O grupo deslocou o portão de trás do edifício da Administração Central, usando paus, pedras e cavaletes, e em poucos minutos chegou ao saguão principal do prédio. A FFLCH havia sido ocupada depois que a PM abordou três estudantes no campus por porte de maconha na quinta-feira da semana passada e tentou levar os usuários detidos. Os policiais usaram gás lacrimogênio, e alunos teriam ficado feridos após confronto.