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Pesquisa do FGV diz que confiança da indústria diminuiu 1,5% em julho

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Flávia Albuquerque, Agência Brasil

SÃO PAULO - Pelo segundo mês consecutivo, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) pesquisado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) sofre diminuição. Os dados divulgados hoje (28) mostram que ele passou de 115,3 em junho para 113,6 pontos em julho, com 1,5% de redução. Com relação ao mesmo período de 2009, quando o ICI variou 27,1%, a taxa diminuiu 18,2%. A diminuição consecutiva do ICI alerta para uma desaceleração do ritmo de atividade da indústria

De acordo com o Ibre, o resultado de julho coloca o nível de confiança no mesmo patamar de janeiro e próximo de julho de 2008. Os dados indicam ainda que o Índice da Situação Atual (ISA) caiu 2,2%, ao passar de 119,3 pontos para 116,7. O Índice de Expectativas (IE), passou de 111,3 para 110,4 pontos, o que representa um recuo de 0,8%. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (Nuci) diminuiu de 85,5% para 85,1% entre junho e julho e retornou ao mesmo patamar de abril deste ano.

Segundo o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos do Ibre/FGV, Aloísio Campelo, o segmento de bens duráveis foi o que puxou essa queda, pois com as medidas de isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o consumo foi antecipado por uma parcela da população que planejava adquirir os produtos e teve condições de assumir as prestações.

A queda principalmente no setor de bens duráveis (-5,9% ante junho e -21,0 com relação a dezembro de 2009) se deve a uma acomodação do setor provocada pela antecipação das compras pelo consumidor. Nos outros setores observamos esse ajuste, mas de forma menos intensa. O de bens duráveis ainda exerce influência nos demais setores, arrefecendo o ânimo daqueles que de alguma forma estão ligados ao segmento .

De acordo com Campelo, as expectativas para o Natal são de crescimento moderado, diferente do que foi observado no primeiro trimestre do ano. Há incertezas no momento. Alguns segmentos estão muito fortes mas outros ainda preferem ter cautela na sua formação de estoques . Os dados indicam que o nível de estoques na indústria em geral caiu 1,6% em julho, ficando com 101,4 pontos, ante os 103,0 registrados no mês anterior. Com relação a julho de 2009 houve aumento de 7,5%.

A pesquisa revelou ainda que a intenção de contratação da indústria caiu de 124,0 pontos para 121,0, 2,4% menos do que no mês de junho, mas 13,4% acima do que o verificado em julho do ano passado. Mesmo não contratando tanto, isso não quer dizer que haja demissão. Pelo menos 29% dos industriais entrevistados disseram que pretendem contratar enquanto 8% dizem que demitirão .

A sondagem é feita entre 1.147 empresas, que juntas têm um faturamento de R$ 603 bilhões, dos quais 21,4% são exportações. Ao todo empregam 1.254 trabalhadores.