Jornal do Brasil
BRASÍLIA - Ex-ministro da Justiça durante os governos Juscelino Kubitschek e Ernesto Geisel, Armando Ribeiro Falcão faleceu na quarta-feira, aos 90 anos, em decorrência de uma insuficiência cardiorrespiratória causada por uma pneumonia. Falcão, que ficou famoso por editar em 1976 uma lei eleitoral que visava restringir a capacidade dos candidatos de divulgarem críticas ao regime militar, morreu em seu apartamento, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, e foi enterrado quinta-feira no Cemitério São João Batista, na capital carioca. Apenas a família e os amigos próximos acompanharam a cerimônia.
O filho de Armando Falcão, Guilherme, disse que o pai estava muito debilitado e se alimentava há um ano por meio de sonda. Uma equipe de enfermeiros acompanhava o ex-ministro no momento de sua morte, no final da noite de quarta-feira. Armando Ribeiro Falcão deixou cinco filhos e 12 netos. Além de ministro da Justiça, Falcão se elegeu deputado estadual por quatro vezes.
Uma das figuras mais fortes e polêmicas da ditadura, o ex-ministro, nascido no Ceará, também ficou ficou famoso no universo político por eternizar a expressão nada a declarar . Falcão disparava a sentença sempre que jornalistas lhe importunavam com assuntos espinhosos do regime militar. A frase acabaria servindo de inspiração para o lançamento do livro Tudo a declarar, no qual o ex-ministro relatou episódios até então desconhecidos dos bastidores da política nacional.