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Onça parda capturada em Jundiaí é solta na mata

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Portal Terra

SÃO PAULO - Uma onça parda - ou suçuarana, como também é chamada - com cerca de 1 ano e meio de idade e 1,2 metros de comprimento foi solta na Serra do Japi, em Jundiaí, interior de São Paulo, no final da tarde desta segunda feira. Antes de ser levado para a mata, o animal recebeu um colar contendo um aparelho de GPS para ser rastreado via satélite por biólogos e pesquisadores.

A onça parda foi capturada no mesmo dia em uma casa em construção no Jardim Panorama, município de Vinhedo, cerca de 40 quilômetros de Jundiaí. Ao ser encontrado, o animal assustou os trabalhadores da obra que pediram socorro às autoridades.

Para capturar a fera, que aparentava cansaço, foi organizada uma força tarefa formada pela Policia Ambiental, o Corpo de Bombeiros, a Guarda Municipal, veterinários e biólogos. O animal foi sedado e, quando adormeceu, examinado por veterinários que coletaram amostras de sangue.

- Ela deve ter se perdido da mãe -disse a médica veterinária Cristina Harumi Adamira, integrante da Associação Mata Ciliar, uma ONG que atua em defesa dos animais em Jundiaí. De acordo com a veterinária, a onça estava muito magra e, na procura por alimento, deve ter se afastado demais do seu território, o que a trouxe para a zona residencial. - As construções estão avançando sobre as matas que são o habitat dos animais selvagens - comentou.

O biólogo e pesquisador da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Marcel Penteado, afirmou que o uso da coleira com sensor para rastreamento contribuirá para diversas pesquisas como, por exemplo, o acompanhamento da migração do animal na Serra do Japi.

- Os dados coletados pelo equipamento serão enviados para o Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (INPE) - justificou. O equipamento permanecerá ativo até setembro quando deve se desprender naturalmente do animal.

A Associação Mata Ciliar em Jundiaí ocupa-se das sete espécies de felinos existentes no território nacional: a onça pintada, a suçuarana, o gato do mato, a jaguatirica, o gato maracajá, o gato palheiro e o gato mourisco. A organização ainda acolhe aves e animais de pequeno porte vítimas de acidentes como atropelamentos, choques elétricos, intoxicação etc.